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Restaurante Almocreve

Rio de Mouro - Sintra - Lisboa - Portugal

[Encerrado] Um espaço agradável, mas difícil de encontrar. 

(Agradável ..... 7,4/10)

Créditos: Foto de Website Almocreve



É daqueles restaurantes que gostava de revisitar periodicamente, até encerrar, porque nunca me desiludiu e sabia que havia sempre vaga devido à sua localização que só os mais audazes ousavam procurar, especialmente à noite onde era muito fácil perdermos-nos. Também é verdade que ao longo dos anos tinha vindo a perder clientela e fama devido a variados factores que vou escalpelizar nos critérios de avaliação.

O Local (3/10)


Começamos pelo grande calcanhar de Aquiles, já que os acessos estão em mau estado e a sinalização é inexistente. Ter a morada, sem GPS, é pouco relevante nesta zona de Rio de Mouro velho que ficou cercada por vias rápidas e tornou-se num lugarejo onde só passam os moradores, os que conhecem este restaurante e os que se perdem nas estradas sem sinalização e sem manutenção adequada. Aqui entre nós, da meia-dúzia de vezes que lá fui só nas últimas duas é que consegui chegar de uma forma directa, sem desvios e inversões de marcha. O melhor é aceder pela IC19 (Lisboa-Sintra) saindo em Paiões e seguindo as placas de Rio de Mouro, optando sempre pela via com mais casas quando encontrar bifurcações ou entroncamentos. Como se isto não bastasse, os estacionamentos também são escassos, havendo não mais de 10 lugares na rua, quase sempre ocupados pelas viaturas dos moradores e obrigando a estacionamentos abusivos e arriscados em cima dos passeios. A seu favor tem o facto de ser um bastião rural numa região tão densamente povoada e onde até se consegue ter alguma vista para a Serra de Sintra (mas não dentro do restaurante).

O Espaço (7/10)


Por fora ninguém dá nada por ele, nem sequer parece um restaurante visto da estrada, mas depois de descer a pequena rampa de acesso (que mais parece a entrada num quintal familiar) e quando entramos pela porta somos atingidos pelo ambiente rústico, embora acolhedor, a convidar-nos para uma boa refeição. Não entra luz natural, por isso é sempre mais agradável à noite. A decoração está repleta de ferramentas rurais de onde destaco as rodas das carroças que, pela sua dimensão, chamam a atenção e criam espaços bastante privados. Porquê rodas de carroças? Porque os almocreves eram as pessoas que conduziam animais que transportavam cargas ou mercadorias entre as aldeias. O ambiente é calmo e agradável, sendo perfeito para manter uma conversa em tom calmo, porém as televisões, quase sempre ligadas em canais desportivos, teimam em estragar o ambiente nos dias de jogos, mesmo sem o som ligado. Junto à parede, as cadeiras são substituídas por bancos corridos que nunca são do meu agrado pelo desconforto que causam.

O Serviço (7/10)


Gosto particularmente quando o serviço não é invasivo, desde que nos proporcionem a devida atenção. Normalmente é um atendimento simples e profissional, sem exageros de nenhuma espécie. Quanto ao tempo de espera... varia conforme as escolhas, já esperei bastante tempo por um prato mais complexo, mas quando escolho um prato do dia costuma ser rápido. Depende também da quantidade de clientes ou se existem grupos maiores com pedidos pendentes, mas este tem sido o único aspecto mais irregular e imprevisível deste estabelecimento ao longo dos anos.

A Ementa (9/10)


Há muita variedade entre carnes e bacalhaus, mas a ementa também é forte nas entradas onde não faltam as Gambas ao Alhinho ou Salada de Polvo. Muita gente vem aqui para saborear os Nacos de Novilho no Espeto ou Bifes na Pedra, mas estes últimos a mim fazem-me muito calor pelo facto de estar a grelhar a carne por baixo da minha cara, especialmente num ambiente fechado. Embora o bacalhau esteja bem representado e seja rei na gastronomia portuguesa, são os Lombinhos de Cherne que se destacam nas especialidades deste restaurante, assim como os Espinafres com Gambas. Há sempre variadas sobremesas simples e tradicionais, para além dos mais internacionais Profiteroles e Cheesecake.

A Apresentação (6/10)


As travessas chegam sempre bem compostas e não há uma grande preocupação com a questão visual dado tratar-se de um ambiente rústico, reforçado por algumas iguarias que nos chegam em recipientes de barro tosco.

A Refeição (8/10)


Já experimentei vários pratos e nunca fiquei desiludido, nem nenhuma das pessoas com quem fui. 

Cogumelos Recheados - são uma saborosa especialidade da casa e com preço bem acessível. Bacalhau à Moda do Chef - parecido com Bacalhau à Lagareiro.
Grelhada Mista - boa para partilhar.
Bife na Pedra - gosto muito, mas faz muito calor.
Nacos de Novilho no Espeto - sempre com nota alta, embora sem deslumbrar.
Floresta Negra - um bolo de chocolate delicioso, generoso e rico em calorias.
Pudim de Ovos - simples mas saboroso.

O Preço (7/10)


Podia ser mais barato, especialmente tendo em conta a localização e os acessos pouco convidativos, mas a comida é boa e bem servida com produtos de qualidade, por isso acabamos por pagar um preço adequado à realidade da região.

Preço médio por pessoa: 17€

Informação Extra


Morada: Rua José Cupertino Ribeiro, 21 - Rio de Mouro
Website: N/A

Animais admitidos: Não

Estado: Encerrado
Data última visita: Outubro 2014

Napoletano's

Roma (Panteão) - Itália

Local perfeito para armadilhas, mas com um bom serviço.

(Decepcionante ..... 5,6/10)

Créditos: Foto de Tripadvisr

Na minha viagem a Roma, preparei com detalhe todos os restaurantes e alternativas em cada zona, mas no Panteão as coisas correram mal, porque os que levava referenciados não pareciam ter o ambiente adequado para o que eu pretendia, por isso acabei por escolher este com base na observação do ambiente descontraído e no posicionamento perfeito. Aprendi algumas lições com este critério de escolha...

O Local (9/10)


É o típico restaurante para turistas, o que não abona muito a favor da minha escolha, localizado mesmo em frente ao Panteão, com uma vista privilegiada sobre toda a Piazza della Rotonda que também inclui uma fonte e um obelisco. Tem talvez a melhor vista para o Panteão que alguma vez conseguirá e encontra-se numa zona exclusivamente pedonal o que o torna ainda mais apelativo. É uma zona de ruelas apertadas onde os transportes públicos não chegam e onde os nativos só se arriscam de lambreta.

O Espaço (8/10)


Como uma grande maioria dos restaurantes turísticos em Roma, quase não tem sala interior de tão minúscula que é, mas estende-se pela praça fora através de uma esplanada com bom gosto e bem decorada com tons adequados a cada situação. À noite, proporciona um ambiente romântico com tons quentes, velas e aquecedores decorativos, mas durante o dia é bem mais descontraído. Tem boas mesas e boas cadeiras que não balançam com a irregularidade do piso e há uma sensação de conforto e requinte reforçado pela vista do Panteão.

O Serviço (7/10)


O serviço foi muito rápido, pois acho que nem passaram 5 minutos entre o pedido e a chegada da comida à mesa, no entanto isto não é obrigatoriamente bom sinal no que toca à qualidade da confecção. O atendimento foi muito bem disposto, o empregado esforçou-se por fazer algumas piadas em inglês, mesmo querendo eu praticar um pouco mais o meu italiano. Só que eu prefiro um atendimento honesto em vez de divertido e não me pareceu muito honesto ocultarem que o recipiente de queijo parmesão ralado, que trouxeram com o prato da minha filha, tinha um custo acrescido de 4€. Ainda assim, pode ter sido apenas uma falha de comunicação.

A Ementa (6/10)


Como qualquer restaurante para turistas, não é nas massas que está a variedade, mas sim nos pratos principais. Nas massas só havia três variedades de fettuccine e spaghetti, as pizzas também eram poucas e não muito apelativas, mas entre os pratos mais caros, que os italianos apelidam de segundo prato (ou prato principal), havia muita escolha. Nem olhei para as sobremesas, só reparei que tinham Tiramisù e que os preços eram tabelados, mas quem é que quer pagar 5€ por uma sobremesa se a menos de 150 metros tem duas das melhores gelatarias de Roma com gelados a 2,50€?

A Apresentação (7/10)


A apresentação da comida também não foi das melhores que experimentei em Roma, mas as iguarias mais caras do casal de americanos juvenis que se sentou ao meu lado, até tinham direito a pratos especiais e um aspecto bem surpreendente.

A Refeição (4/10)


Começam aqui os problemas.

Fettuccine ai Funghi - devia incluir natas, trazia uns cogumelos aguados e insípidos para além de um liquido transparente e sensaborão no fundo do prato que era, claramente, o resultado de uma fracassada confecção das natas.
Fettuccine al Pomodoro - estava melhor, mas também ficou longe de ser o melhor molho de tomate que provámos em Roma. 

Outra coisa que me irritou foi o facto de só haver refrigerantes com gás, portanto se não quiserem que as vossas crianças ingiram bebidas gasosas são obrigados a escolher água, mas isto é um mal geral nos restaurantes romanos. Enfim, foi uma boa lição de como não escolher um restaurante em Roma.

O Preço (4/10)


O preço não é desproporcionado para a sua magnifica localização e para o atendimento divertido, mas sim para a qualidade geral da comida, com a agravante da armadilha para quem gosta de acrescentar queijo ao seu prato. Aquilo que prometia ser uma refeição económica, segundo as placas colocadas estrategicamente à entrada do restaurante com os preços dos pratos mais baratos, tornou-se numa das mais dispendiosas que tive em Roma, até porque as bebidas também têm um custo acima da média.

Preço médio por pessoa: 27€

Informação Extra


Morada: Piazza della Rotonda, 12 - Roma
Website: N/A

Animais admitidos: Sim (a  considerar na esplanada)

Estado: Activo
Data última visita: Abril 2014

Restaurante O Burgo

Lousã - Coimbra - Portugal

Cozinha familiar num restaurante de topo!

(Soberbo ..... 8,9/10)

Créditos: Foto de Website O Burgo


Desde criança que sonhava voltar à Serra da Lousã, depois de lá ter passado, em tenra idade, somente uma vez num dia de nevoeiro em que por vezes estávamos acima das nuvens. Já em adulto, cumpri esse desejo e fiquei com mais motivos para sonhar e para voltar, porque para além da bela paisagem e da fauna selvagem que se encontra na serra (especialmente os veados) também existe boa gastronomia e um dos melhores restaurantes que conheci até hoje!

O Local (8/10)


A localização é idílica! Saindo da Lousã, basta seguir as placas para o Castelo que está fora dos limites da vila. Longe das povoações, mas mesmo junto ao pitoresco Castelo da Lousã, esta antiga azenha é porta de entrada para a Ermida do Santuário de Nossa Senhora da Piedade (visita obrigatória), tem ainda uma frondosa vegetação circundante e o pequeno rio Arouce, que junto ao restaurante forma pequenas cascatas e uma praia fluvial, complementando o passeio de uma forma extraordinária. Claro está que esta localização também tem os seus contras, sendo o principal a obrigação de trazer o seu próprio transporte, mas também o número limitadíssimo de lugares disponíveis em frente ao restaurante de onde é complicado sair devido ás minuciosas (por vezes impossíveis) manobras de inversão de marcha. Ainda assim, pode deixar o carro nos parques de merendas junto ao castelo e caminhar apenas uns 200 metros, que perante tal paisagem até se fazem bem.

O Espaço (8/10)


Tem 2 espaços distintos. Ao entrar, visualizamos a zona mais interior, onde está a maior parte dos lugares e onde a decoração é mais típica com algum artesanato e divulgação do reconhecimento do restaurante através de prémios e notícias emolduradas, que se torna um pouco carregada com tantos pormenores. Ao fundo, existe uma pequena varanda envidraçada, mas fechada, que nos permite estar em contacto com a paisagem envolvente. Ambos os espaços são confortáveis e com um ambiente descontraído, mas o meu prazer em observar a paisagem encaminhou-me logo para a pequena varanda suspensa que é mais recomendada para grupos devido ás suas grandes mesas redondas, mas como o restaurante estava quase vazio não resisti a ir para lá, da segunda vez que fui já estava cheio.

O Serviço (8/10)


Tendo ido em duas situações diferentes deu para perceber como funciona o restaurante vazio ou cheio. Vazio dá sempre uma sensação errada da qualidade do serviço, porque temos atenção redobrada dos funcionários, por isso, só quando começaram a chegar mais clientes é que começámos a perceber que estar na varanda levanta sempre o problema de uma maior distância para o centro nevrálgico das operações: a cozinha! Fomos muito bem atendidos.

A Ementa (8/10)


Não é propriamente uma ementa recheada de opções, a comida é feita na hora e com um estilo caseiro, portanto é uma ementa curta e com o defeito de ser mais apropriada para adultos, porque os ingredientes são pouco comuns, havendo certamente muitos deles que as crianças nunca experimentaram. As entradas chegam em forma de pacote... um tabuleiro com as iguarias com preço fixo que até podem ser suficientes para os estômagos menos ávidos. Mas independentemente da qualidade das entradas, não pode mesmo perder os pratos principais extremamente criativos. As sobremesas não fogem ao nível elevado dos produtos regionais. Tem um conceito muito interessante para grupos chamado "Rapsódia" e que consiste num conjunto de 6 entradas, 6 pratos e 6 sobremesas para rodarem pelos comensais a um preço bem interessante. Outra curiosidade é uma sobremesa chamada Pijama, que consiste numa mistura de várias sobremesas.

A Apresentação (8/10)


Gostei particularmente do cuidado em utilizar os recipientes típicos da região, contribuindo para uma experiência ainda mais tradicional. No entanto, o engraçado é que quando a comida chega à mesa também surpreende visualmente os mais novos pelo cuidado e carinho colocado na apresentação.

A Refeição (10/10)


Nitidamente o ponto alto do dia, porque foi uma experiência gastronómica do outro mundo. A conversa habitual foi rapidamente interrompida pelas interjeições de prazer ("hmm", "uau", "que delicia", etc...). Parece que estamos a comer em casa com uma cozinheira contratada. Permitimos que viesse um tabuleiro de entradas que quase seria suficiente como refeição... 

Peixinhos da Horta - cozinhados na perfeição
Enchidos - fantásticos.
Migas - completamente diferentes do habitual.
Salada de Polvo - como nunca as tinha provado. 
Veado com Tortulhos - agrada até aos mais relutantes, os tortulhos marcam a diferença. 
Javali com Castanhas - a conseguir surpreender o mais experiente e viajado.
Requeijão com Mel e Nozes - simples, mas delicioso.
Pudim de Mel com castanhas - complexo e diferente das sobremesas tradicionais.

O Preço (9/10)


Estive muito tempo a ponderar se devia dar também nota máxima neste critério, mas para não banalizar a nota 10 decidi penalizar o facto de a ementa possivelmente não conseguir agradar a todos os gostos por ser tremendamente regional. No entanto, o preço é mais que adequado para a qualidade dos ingredientes frescos que estamos a consumir e até podemos fazer alguns pequenos truques para reduzir ainda mais a conta.

Preço médio por pessoa: 20€

Informação Extra


Morada: Nossa Senhora da Piedade - Lousã

Animais admitidos: Não

Estado: Activo
Data última visita: Julho 2017

Sublime Pizzeria Ristorante

Algés - Oeiras - Lisboa - Portugal

Sublime variedade num espaço aconchegante.

(Bom ..... 7,9/10)

Créditos: Foto de Website Sublime Pizzeria Ristorante


Esbarrei, por acaso, com este restaurante que se encontra inserido numa zona que costumava frequentar por motivos profissionais. Embora esteja algo escondido e enclausurado entre outras lojas, não passa despercebido a quem decide espreitar. A verdade é que os restaurantes italianos têm tudo para ter sucesso em todo o mundo, seja pela comida consensual, pela simplicidade ou pela diversidade fácil de promover com produtos variados. No entanto a enorme concorrência e oferta deste tipo de estabelecimentos faz com que seja necessário algo mais para se destacar da "loja do lado" e este conseguiu encontrar uma fórmula com relativa facilidade, especialmente através da decoração e da vastíssima ementa que abre o apetite mesmo aos mais esquisitos. Difícil é escolher!

O Local (7/10)


O facto de se encontrar num beco sem saída funciona um pouco contra si em termos de marketing, daí quase nunca estar cheio e ser quase sempre fácil arranjar mesa. No entanto, é uma praceta desafogada, onde se encontram outros serviços que funcionam como chamariz para um desvio, nomeadamente um ginásio da cadeia Holmes Place e o Modelo. Tem bastantes lugares de estacionamento gratuito, mas durante a semana estão ocupados pelas viaturas das pessoas que trabalham neste pequeno pólo empresarial. Mas aqui que ninguém nos ouve... o Modelo tem um razoável parque subterrâneo gratuito que serve perfeitamente.

O Espaço (8/10)


A decoração proporciona uma sensação agridoce, que poderá desagradar aos mais simplistas ou cansar aqueles que apenas procurem uma boa refeição, mas para quem valoriza toda a envolvente, acaba por ter um impacto muito caloroso e acolhedor, embora possa tornar-se algo exagerado depois de observarmos todos os detalhes. Com tons brancos e pretos, pintalgado de rosa pelas paredes e com um aspecto modernista e estilizado, dá uma sensação de requinte que não é comum neste tipo de restaurantes. Em termos de conforto, é muito agradável especialmente nos pequenos nichos, com decoração diferente em zonas recolhidas da sala que acabam por funcionar muito bem. O ambiente varia entre o almoço de negócios e o romântico, mas serve para todas as ocasiões, porque é muito sossegado e consegue manter-se uma conversa em tom de sussurro.

O Serviço (8/10)


É um serviço jovem, simpático e muito prático, mas sempre profissional ao ponto de o chefe de sala revelar muita atenção e dinamismo no contacto com os clientes para aquilatar da sua satisfação. O serviço, porém, não é tão rápido como se desejava, mas continua dentro do aceitável.  Outra curiosidade é o facto de haver um serviço de "take away" associado ao projeto "No Menu", que coloca as populações em contacto com os melhores restaurantes da sua região, permitindo a encomenda de refeições "gourmet", em concorrência com as habituais cadeias de "fast food", mas com uma qualidade que funciona bem para receber pessoas em casa.

A Ementa (9/10)


Nunca na minha vida tinha visto uma ementa tão grande e com tamanha diversidade de alternativas. São páginas e páginas de opções que acabam por complicar muito a escolha, algo que já começa a ser hábito nos restaurantes italianos em Portugal, porque duas pizzas podem ter apenas um ingrediente diferente e ainda assim adoptar outro nome. As entradas (ou Antipasti) são tão caras como os pratos principais, mas a quantidade é bem menor, embora a apresentação e qualidade dos produtos seja bem mais elaborada. Aposta forte nas entradas tradicionais italianas, como os Carpaccios de carne ou salmão, Cogumelos Gratinados ou as simples Bruschettas e Pão de Alho. Nos pratos principais há muitas saladas, pizzas e massas, mas também algumas alternativas de carne ou peixe. Há ingredientes para todos os gostos não deixando de fora nenhum ingrediente comum, excepto a banana (pergunto-me porque são tantos os restaurantes que ignoram este ingrediente excepcionalmente simples, barato e saboroso. As sobremesas também são muito variadas. 

A Apresentação (9/10)


Desde os talheres à loiça existe sempre um toque de inovação e sentido prático muito interessante. Os pratos, e especialmente as sobremesas têm uma apresentação muito cuidada.

A Refeição (8/10)


Este é daqueles restaurantes italianos em prefiro as pastas em detrimento das pizzas, porque claramente estas últimas não são a especialidade da casa... são apenas vulgares. As pizzas, porém, são de proporções muito generosas e massa fina, mas não muito preenchidas de ingredientes. As massas são menos bem servidas, mas compensam na qualidade.

Camarão Flamejado - ficou aquém das expectativas, porque o molho não se destacava e no fundo era pouco mais que quatro camarões tigre cozidos.
Queijo de Cabra com Rúcula e Frutos Silvestres - estava divinal. 
Insalati de Tonno - dose generosa e cheia de ingredientes onde o atum é rei.
Pizza Tropical - regular.
Pizza Prosciutto e Funghi - regular.
Penne Sublime - vinha quente demais, mas era bom.
Ravioli al Salmone - agradável, sem surpreender.
Fettuccine 4 Fromaggi - o que mais escolhi, pelo contraste dos queijos.
Pizza Serra da Estrela - com os produtos da serra, claramente a única pizza surpreendente.
Tagliatelle ao Caril - bastante inovador.
Risotto Nero di Sepia - Bem confecionado com grandes camarões e cogumelos saborosos.

Risotto di Farinheira - Sabores intensos e diferentes dos risottos habituais.
Pannacota - Está longe das melhores que comi, tem texturas rígidas no exterior.
Tiramisù - estava mesmo no ponto certo, talvez um pouquinho amargo.
Crepe de Chocolate - grande e guloso!
Souflé de Chocolate - Uma espécie de petit gateaux com gelado. Agradável, mas caro.

O Preço (6/10)


As pessoas associam os restaurantes italianos a "fast food" e não estão muito enganadas, mas a cozinha italiana servida desta forma tem mais encanto que pegar numa fatia de pizza à mão, embora isso encareça um pouco a refeição, mas sem exagerar. Claro que no caso de escolherem pratos de carne, os preços sobem em flecha, mas também quem é que vai comer carne num restaurante italiano? Nos primeiros anos, o preço parecia ajustado à qualidade, mas na minha última visita senti o peso do sucesso do restaurante na fatura, tornou-se mais caro que a média e isso também se nota na afluência ao local. 

Preço médio por pessoa: 20€

Informação Extra


Morada: Praceta Professor Alfredo Sousa, Loja 5 - Alto de Algés

Animais admitidos: Não

Estado: Activo
Data última visita: Janeiro 2020

Café Império

Lisboa (Alameda) - Portugal

O melhor bife na frigideira de sempre?

(Decepcionante ..... 5,9/10)

Créditos: Foto de Tripadvisor

Este restaurante tem atravessado a história lisboeta e continua a tentar reinventar-se, mas há sempre qualquer coisa que falha. Visitei-o pela última vez em 1998 e segundo sei já mudou completamente a sua aparência, depois de ter sido encerrado e reaberto em 2006 devido a divergências com os donos do edifício. A aparência actual do restaurante é bem mais entusiasmante do que na altura em que o visitava regularmente.

O Local (7/10)


Foi sempre uma sensação agridoce, porque embora bem localizado no centro de Lisboa e numa das avenidas mais movimentadas, que atravessa diversos bairros típicos, sempre se revelou uma opção complicada para quem se deslocava de carro e se via obrigado a deixar a viatura num dos caros parques ou parquímetros das redondezas.

O Espaço (4/10)


Confesso que sempre achei o espaço estranho, porque o café ocupava parte das antigas instalações do Cinema Império e o serviço era feito nos balcões com vista para uma zona onde se encontrava a plateia, mas que, à data das minhas visitas, não passava de um espaço vazio. Também o facto de dentro do restaurante se encontrar uma papelaria e mesas de café não ajudavam a sentir-me aconchegado, mas agora até esse espaço foi aproveitado. Era muito ruidoso, ao estilo das cervejarias.

O Serviço (3/10)


Outro aspecto que nunca me agradou muito era a rudeza de alguns empregados que largavam as bandejas e os talheres para cima da mesa sem dar grande confiança aos clientes. Só por uma vez me senti bem atendido quando uma rapariga, claramente novata, nos serviu de uma forma bastante gentil, mas de uma maneira geral os empregados eram homens da "velha guarda" sem grandes atenções e simpatias. A comida demorava a chegar... era muito normal esperar 1 hora pelo prato, mas felizmente ia sempre com os meus chefes e não tinha que justificar horários.

A Ementa (6/10)


Só olhei para a ementa no primeiro dia em que fui e para dar uma vista de olhos nas sobremesas, porque o objectivo era sempre pedir o Bife da Vazia com Molho à Império, mas sei que havia também pratos de Bacalhau e outras opções tradicionais. Só tinha olhos e barriga para o bife que vinha numa espécie de frigideira côncava de barro para suportar a quantidade generosa de molho.

A Apresentação (5/10)


Simples, não era uma imagem "gourmet", mas era uma vista apetitosa.

A Refeição (8/10)


Nunca comi um bife com molho tão bom como este, o molho "À Império" tornou-se uma lenda em Lisboa. Um dos entretenimentos à mesa, enquanto esperávamos pela comida, era tentar adivinhar os ingredientes, mas quando os pratos chegavam instalava-se um silêncio quase religioso. Ainda hoje penso neste bife, mesmo sabendo que era uma bomba calórica e de colesterol, mas que se dane! O bife era nota 10 e as batatas fritas, mesmo sem serem perfeitas, ficavam sempre bem, mas não vou dar nota máxima na qualidade da refeição, porque as entradas e as sobremesas não estavam sequer perto da qualidade do bife e do molho, mas também fazem parte da experiência gastronómica. Para além disso, nunca sequer ponderei escolher outro prato, nem conheço ninguém que o tenha feito.

O Preço (5/10)


Caro... tendo em conta os aspectos negativos do ambiente, mas valia a pena! Estava ao nível de outras cervejeiras lisboetas onde o serviço e o conforto eram bem melhores, mas aqui o bife e o molho batia todas as outras aos pontos.

Preço médio por pessoa: 20€

Informação Extra


Morada: Avenida Almirante Reis, 205A - Lisboa

Animais admitidos: Não

Estado: Activo
Data última visita: Novembro 1998