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Sakura Restaurante Japonês (Picoas)

Lisboa (Picoas) - Portugal

Boa diversidade de comida e ambiente a condizer.

(Excelente ..... 8,1/10)

Créditos: Foto de Tripadvisor

Quando pensamos em comida japonesa, há uma cadeia de restaurantes que ao longo dos anos tem solidificado a sua posição através da qualidade e tradição que consegue transmitir. Foi o primeiro restaurante japonês que conheci em Portugal e fiquei impressionado com o ambiente, o funcionamento, a diversidade de sabores e a desmistificação desta cozinha que se tornou internacionalmente conhecida. Agradável experiência que me ensinou a gostar de comida japonesa.


O Local (7/10)


Não obstante situar-se em pleno centro da cidade, não tem uma localização privilegiada para estacionar e não tem a beleza de muitas ruas do centro de Lisboa. É uma rua um pouco escura e sem grandes motivos de interesse, mas rodeada de alguns centros comerciais que dão vida ás redondezas. À noite, porém, é possível encontrar um lugar próximo em vez de estacionar num parque subterrâneo onde os preços são elevados. A relativa proximidade de estações de metro e autocarros podem melhorar a experiência para os turistas que não circulem de carro. Para além disso, o Marquês de Pombal, o Parque Eduardo VII e as luxuriantes Av. da Liberdade e Av. da República estão mesmo ali a um passo.

O Espaço (8/10)


Quando entramos, ficamos com a sensação de ter entrado num supermercado... arrumadinho, luminoso e labiríntico, mas quando somos encaminhados para as "cabines" de refeição em que literalmente descemos um degrau para nos sentarmos é que percebemos a organização e o objectivo da decoração que nos tenta transportar para uma refeição tipicamente japonesa. A decoração moderna das cabines em madeira clara, contrasta bem com as mesas escuras e a decoração com bom gosto das paredes com imagens alusivas à cultura oriental. O ambiente é calmo e especialmente recatado, porque as cabines conseguem com que praticamente não seja possível ver o que os outros clientes estão a comer. O conforto dos bancos podia ser um pouco melhor e mais simpático para a coluna. Deu jeito haver uma televisão para ver um clássico do futebol espanhol que havia essa noite, mas penso que era dispensável, embora o som estivesse desligado.

O Serviço (9/10)


Tratou-se de um atendimento muito simpático, educado e eficiente por empregados que tentavam combinar o tradicional com o moderno. Fui ao jantar, que funciona em formato de rodízio (servido à mesa) em que podemos pedir o que quisermos, pelo mesmo preço, exceptuado as bebidas. A resposta aos nossos pedidos foi sempre eficiente, embora quando escolhíamos pratos quentes demorasse naturalmente um pouco mais.


A Ementa (9/10)


Já conheci outros restaurantes japoneses que desiludem pela fraca variedade, que nos obriga a repetir pedidos e que nos transmite aquela sensação de que nunca há nada de novo. No entanto, ao olhar para a ementa do Sakura, há tanta variedade que se torna quase um crime repetir (pelo menos para mim, porque gosto de experimentar novos sabores). Imagine todos os nomes que conhece da gastronomia japonesa e depois acrescente-lhe mais uns pratos quentes para chegar à conclusão que até os mais cépticos poderão encontrar aqui pratos ao seu gosto.

A Apresentação (9/10)


 A apresentação é cuidadosa e elegante em recipientes adequados para cada prato.


A Refeição (8/10)


Se tivesse que descrever tudo o que provei, precisaria de umas largas dezenas de linhas. Nem tudo terá sido do meu agrado, especialmente as sobremesas que não são claramente o forte desta gastronomia. Tenho gostos mais orientados para a carne, daí que a ideia de comer peixe cru esteja longe de ser o meu ideal, mas adaptei-me facilmente a este conceito, porque a comida estava mesmo bem confeccionada e saborosa. Meto a minha colherada, dando ênfase aos pratos de carnes na chapa que demoram um pouco mais, mas que são mais semelhantes à nossa cultura, tornando a adaptação mais simples. Estava tudo muito bom, desde o simples Arroz aos Noodles, Nigiris, Tempuras, Sashimi, Makimono e especialmente as comidas quentes.

O Preço (6/10)


Para mim, qualquer rodízio padece sempre do mesmo problema: não é possível controlar os gastos! Tal como a maior parte dos restaurantes orientais, também o Sakura optou por preços diferenciados entre o almoço e o jantar, sendo o almoço um pouco mais barato. No entanto, seria muito estranho pedir apenas uma especialidade japonesa e ter que me contentar com isso, pois o sucesso deste conceito consiste mesmo em haver uma grande diversidade, como se fossem petiscos. A qualidade é inegável, mas o preço excede um pouco a concorrência que já é muita.

Preço médio por pessoa: 20€

Informação Extra


Morada: Rua Sousa Martins, Nº7 - Lisboa

Animais admitidos: Não

Estado: Activo
Data última visita: Setembro 2010 

Restaurante LBV 79

Pinhão - Alijó - Vila Real - Portugal

Não basta ter uma boa paisagem e uma bonita ementa 

(Decepcionante ..... 5,7/10)

Créditos: Foto de Tripadvisor

No Douro, muitos caminhos vão dar a Pinhão, seja através dos passeios de barco ou ao longo das estradas ribeirinhas que serpenteiam sincronizadamente com o rio, as serras repletas de vinhas que são a imagem de marca desta região. Decidi fazer-me à estrada numa noite para conhecer o caminho e a pacata, mas bonita e histórica vila do Pinhão. Tinha como referência outro restaurante, mesmo ao lado do LBV 79, mas fomos surpreendidos pelo encerramento precoce do estabelecimento devido a um problema de saúde de um dos donos. Sendo assim, e para não ficar tarde demais, optámos por não ir mais longe até porque o restaurante tinha bom aspecto.

O Local (9/10)


Embora seja uma localidade pequena na margem do rio, a sinalização é fraca e o acesso parece até improvável, porque passamos por ruas estreitas e até um pouco degradadas para chegar ao ponto de encontro de turistas que pretendem visitar a vila: o Lugar da Praia. Lá chegados, vale a pena contemplar o rio e a paisagem deslumbrante e romântica do Rio Douro num largo onde o estacionamento é abundante e a oferta de actividades é agradável, num espaço onde também se mistura a história da vila e a natureza.

O Espaço (7/10)


Por fora parece um espaço moderno, mas quando entramos somos remetidos para a recepção de um hotel de três estrelas onde está um bar meio obscuro. Depois do impacto, somos convidados a subir umas escadas para o restaurante, onde o ambiente desanuvia devido à bonita paisagem que se obtém através das grandes janelas. O espaço é moderno e cheio de pormenores acolhedores como um telhado de madeira clara e bem mantida, mas a reduzida dimensão da sala acaba por obrigar a que as pessoas fiquem muito apertadas ao ponto de alguns necessitarem de se levantar para deixar sair outros. O ambiente é familiar e convidativo, mas algo selectivo. Nota negativa para o ambiente excessivamente quente dentro do restaurante tendo em conta que estava uma agradável noite de verão.

O Serviço (4/10)


Estava tudo a correr bem até fazermos os pedidos. Eis quando começam as surpresas: o prato que pedi já não havia, portanto acabámos por pedir duas doses do mesmo prato para 3 pessoas. Já tinham passado alguns minutos quando aparecem a dizer que afinal só havia uma dose desse prato, o que me irritou bastante. Demorámos quase uma hora a ser servidos e os empregados novatos nem sabiam como lidar com a situação. Também não fiquei impressionado com a forma como pareciam ignorar a composição dos pratos que estavam a servir. A única referência positiva a dizer é que o serviço foi feito com alguma elegância. Mais tarde soubemos que o jovem dono tinha falecido há poucos meses e que tinha deixado um ambiente de consternação entre os empregados... talvez por isto esteja disposto a dar uma segunda oportunidade a este espaço.

A Ementa (7/10)


A ementa era mesmo prometedora! Nomes apetitosos e combinações interessantes que nos davam água na boca, mesmo tendo em conta que os preços não pareciam assim tão convidativos. Estava lá o Arroz de Tamboril e o de Marisco, assim como o Cabrito Assado, Porco Preto, Alheira, Cozido à Portuguesa, Bacalhaus e Saladas variadas (porque também se especializa em pratos vegetarianos). No que diz respeito a sobremesas a variedade não era muita, mas para quem gosta de gelados havia algumas alternativas.

A Apresentação (6/10)


A apresentação não era muito elaborada, apenas simples e cuidadosa.

A Refeição (6/10)


Fugimos das entradas, embora nos tenha apetecido uma Alheira a um preço excessivo, e consolámos-nos com pão e manteiga. 

Arroz de Marisco - estava muito bom de sabor, embora faltasse alguma substância em termos de quantidade de marisco.
Cabrito Assado com Castanhas - decepcionou a reduzida quantidade de castanhas, que até estavam saborosas, e a fraca qualidade dos bocados de cabrito que me calharam com muita gordura.

Já nem pedi sobremesa, porque achei que já estava a pagar demais por aquela refeição. Tive que me consolar com um restinho do Arroz de Marisco.

O Preço (3/10)


Os preços são exagerados e sinto que acaba por ser uma armadilha para os turistas endinheirados que chegam nos cruzeiros com vontade de uma refeição de luxo. Na realidade, só a paisagem, a elegância aparente do serviço e a ementa é que conseguem transmitir uma imagem de alta qualidade, mas há muitos outros pontos a corrigir, especialmente os preços dos vinhos da região que se revelaram muito mais caros do que qualquer outro restaurante da zona do Douro onde alguma vez fui. Em abono do restaurante e dos seus empregados, espero que tenham ultrapassado o duro golpe de perder o mentor do projecto e que tenham melhorado muitos aspectos.

Preço médio por pessoa: 25€

Informação Extra


Morada: Rua António Manuel Saraiva, 20 - Pinhão

Animais admitidos: Não

Estado: Activo
Data última visita: Agosto 2013

Buffalo Grill (Gare du Nord)

Paris - Gare du Nord - França

Um pedaço dos Estados Unidos em Paris. 

(Agradável ..... 7,1/10)

Créditos: Foto de Website Buffalo Grill


Uma cadeia de restaurantes que nasceu em Paris para retratar o estilo de vida Norte Americano e que entretanto já se difundiu por essa Europa fora, mas que não esteve livre de polémicas relacionadas com a BSE e com contratação ilegal que ao longo dos anos fez com que a sua reputação fosse uma montanha russa. Em Paris, tudo é caro para um modesto português, até mesmo uma fatia de pizza ou um hambúrguer, mas comer carne então é proibitivo... daí ter ficado surpreendido quando encontrei esta cadeia de restaurantes nos locais mais emblemáticos da cidade luz.

O Local (7/10)


O bairro 10E, não será dos mais bonitos ou conhecidos de Paris, mas alberga duas estações de comboios que são importantes portas de entrada na cidade, fazendo chegar milhares de pessoas por esta via. Existem também dois grandes hospitais no bairro, o que o transforma numa zona de serviços muito procurada pelos locais, mas não tão turística, embora seja atravessada pela famosa Rue la Fayette, porém ainda longe dos ainda mais famosos armazéns com o mesmo nome. A avenida é até bastante agradável e o restaurante fica mesmo em frente à Gare du Nord, beneficiando de uma localização privilegiada para quem entra ou sai da cidade por este meio, embora o metropolitano mais próximo fique a quase 500 metros. Ir de carro é que parece ser complicado, devido à criação de condições optimizadas para transportes públicos ao invés de viaturas particulares..

O Espaço (7/10)


As opiniões dividem-se neste critério, porque o estilo muito americano dos sofás bordeaux misturados com os pretos e prateados reforçados por candeeiros individuais e de forte luminosidade, para proporcionar um ambiente mais quente e formal, pode ser muito apelativo numa fase inicial, mas (como muitos estudos já comprovaram) tendem a criar, no cliente, um rápido cansaço visual que o leva a querer sair mais depressa, deixando espaço livre para uma nova rodada de clientes. A verdade é que a decoração nos transporta efectivamente para alguns bares tipicamente Norte Americanos que visitei nos EUA. O ambiente é relativamente requintado para uma cadeia que, na realidade, serve fast-food, por muito que tentem passar uma imagem diferente das outras grandes cadeias da restauração. Não costumo gostar de sofás para fazer refeições, mas confesso que estes eram rijos e adequados para uma refeição, embora limite muito o posicionamento à mesa pelo facto de não se moverem, tal como as mesas.

O Serviço (7/10)


Somos servidos à mesa, e só por isso é que este restaurante cabe neste blog. É um serviço simpático e eficiente, embora pouco personalizado. Como chegámos cedo, estava quase vazio e o serviço foi célere, mas rapidamente começou a ficar mais composto e demorado. Não posso dizer que haja queixas, mas também não há muito para dizer do ponto de vista positivo.

A Ementa (6/10)


Como qualquer cadeia de fast-food, verifica-se uma grande aposta em menus que supostamente reduzem o preço, mas que no fundo não passam de uma forma de vender mais um ou outro serviço. Atenção, porque não vão comer muita carne de búfalo (embora o nome possa sugerir isso), mas maioritariamente terão uma escolha entre vaca e frango com as mais variadas receitas que tantas vezes vemos em filmes e séries televisivas, assim como as famosas costeletas de porco. Os tradicionais hambúrgueres também estão presentes. Não existe o conceito de entradas, mas existem saladas e carpaccios que podem ser uma boa alternativa, embora os preços não sejam convidativos. A lista de sobremesas é muito apelativa, mas algumas custam mais que os pratos principais. 

A Apresentação (10/10)


A apresentação dos pratos é surpreendente, quase parecendo uma montagem artística em que tudo parece suculento e disposto de forma perfeita incluindo as taças de molho.

A Refeição (7/10)


A fome era muita e já não comia carne há largos dias, portanto confesso que me deliciei com todas aquelas calorias e sabores aumentados e elevados ao extremo da gulodice.

BBQ Ribs Burgersuculento molho barbecue, mas que não me surpreendeu por aí além.
Bife 3 Pimentas - estava no ponto e proporcionou uma experiência bem diferente.
Profiteroles - foi uma desilusão já que o sabor parecia demasiadamente artificial.

O Preço (7/10)


Pensando bem, foi a refeição mais barata que fiz em Paris, se excluirmos a visita a cadeias de fast-food mais conhecidas, e só por isso já merece uma menção honrosa até porque o espaço era agradável e o serviço também. No entanto, temos que ser rigorosos na escolha, porque há pratos muito caros que podem ser enganadores. Gostei de verificar que existem menus para crianças e jovens a preços muito mais convidativos, embora com pouca variedade.

Preço médio por pessoa: 17€

Informação Extra


Morada: Boulevard de Denain, 9 Paris

Animais admitidos: Não

Estado: Activo
Data última visita: Setembro 2002


Restaurante Sever

Portagem - Marvão - Portalegre - Portugal

Esplanada divinal no Verão, interior acolhedor no Inverno.

(Bom ..... 7,7/10)

Créditos - Foto de Turismo do Alentejo

Ainda hoje não compreendo como foi possível esperar tantos anos para conhecer esta bela região de Portugal. Marvão tem tudo: história, monumentos antigos, paisagem, natureza, turismo e boa comida. Quando pesquisei restaurantes para esta viagem, saltou logo à vista a agradável esplanada, mesmo apelativa para um dia de verão, mas também as opiniões sobre a boa comida. Não foi possível confirmar a qualidade com pessoas que conhecesse, por isso decidi experimentar e não me arrependi.

O Local (8/10)


Marvão fica no alto da Serra de Marvão que pertence ao conjunto montanhoso de São Mamede e a localidade de Portagem está localizada num planalto, sendo um dos pontos de entrada para esta elevação abrupta que dá acesso à vila muralhada. Não precisamos de entrar dentro da pequena localidade, porque o restaurante fica do outro lado do rio Sever, mas existem várias formas de atravessar o pequeno curso de água para conhecer as ofertas turísticas que existem na outra margem. Há bastante espaço para estacionar, mas pode ter quer ficar um pouco longe, porque o estacionamento é estreito e prolonga-se ao longo do rio. O melhor de tudo é que quando olhamos para cima, conseguimos ver a longa muralha que cerca a vila de Marvão e toda a encosta onde a beleza da natureza está presente. Não se consegue ver o restaurante da estrada, apenas uma sinalização que informa a presença do mesmo, já que a porta principal está virada para uma zona pedonal.

O Espaço (8/10)


O que chama logo a atenção é a esplanada natural onde não existem toldos, mas sim árvores e parreiras que dão um ar fresco no verão e que proporcionam uma bela vista. O interior estava encerrado ao almoço, mas também passei por lá para comprovar que se trata de um espaço que combina o moderno com o tradicional e que é muito acolhedor no inverno, especialmente com a utilização da lareira. O ambiente que se vive em cada uma destas estações é absolutamente contrastante: na esplanada, vibrante, intenso, divertido para grupos e famílias; lá dentro, tranquilo, confortável, acolhedor para um ambiente mais intimista. A única critica que se pode fazer é que as mesas e cadeiras da esplanada são de várias nações, não proporcionando a homogeneidade desejada.

O Serviço (6/10)


Estava muito cheio quando chegámos tendo até sido necessário esperar por mesa. A insistência em manter o espaço interior encerrado, fez com que depois ficasse muita gente à espera encostada à parede exterior olhando com inveja para quem já estava sentado e a ser servido. Confesso que esta situação me deixa sempre desconfortável, porque parece que não posso fazer a minha refeição ao meu ritmo. Claro que o stress provocado por esta situação, levou a que alguns empregados demonstrassem menos paciência e menos atenção ao serviço, o que provocou alguns atrasos, esquecimentos e loiça partida que nunca é propriamente relaxante. Ainda assim, revelaram muita destreza e um ritmo de trabalho alucinante, porque antes de nós já alguém tinha estado na mesa e depois de nós ainda vieram outros. A oferta de um licor com o café valeu pontos, porque adoro terminar uma refeição com um licor..

A Ementa (9/10)


Os pratos alentejanos estão em destaque, até porque se trata de um filão muito interessante e cativante não só para os locais como para todo o tipo de turistas, mas esta região também é famosa pelos seus excelentes locais de caça, o que também influencia a ementa. As entradas são muito variadas e tipicamente alentejanas. Nos pratos principais há várias alternativas de grelhados de carne de porco preto, mas também o Bacalhau e vários pratos de caça. Quanto a sobremesas há os famosos doces conventuais da região. A lista de vinhos é vasta e está bem representada com vinhos regionais.

A Apresentação (7/10)


A apresentação é agradável e os pratos muito bem servidos.

A Refeição (8/10)


É verdade que a ementa dificilmente agrada aos mais jovens e habituados a comidas menos complexas, por isso houve quem escolhesse pratos mais generalistas, mas para os apreciadores de comida alentejana foi um festim.

Queijo de Nisa - muito bom.
Bife da Vazia - simples e regular.
Bitoque - bem servido e regular.
Bacalhau Dourado - confecção surpreendente.
Pezinhos de Borrego em Tomatada - só um verdadeiro apreciador poderá avaliar.
Veado Assado com Castanhas - pecou por ter tido azar nas partes da carne que me calharam, mas de sabor estava brilhante. 
Secretos de Porco Preto - feitos como deve ser! 
Pudim de Castanhas - não se revelou tão excepcional como imaginava.
Vinho da Casa Branco - era de alta qualidade e escorregava maravilhosamente.

O Preço (8/10)


Há pratos mais caros, mas a generalidade das iguarias estão a preços justos e a quantidade que é servida acaba por permitir que se faça uma gestão dos custos. A qualidade da comida e do espaço combinam bem com o preço, desde que não se peça o Achigã, os Lombos ou a Perdiz.

Preço médio por pessoa: 12€

Informação Extra


Morada: Estrada do Rui Sever - Portagem

Animais admitidos: Sim

Estado: Activo
Data última visita: Junho 2011

Restaurante Via Graça

Lisboa (Graça) - Portugal

Luxuosa paisagem, comida e preços... 

(Soberbo ..... 8,7/10)

Créditos: Foto de Google Maps


Embora não seja possível visitar este tipo de restaurantes muitas vezes, sabe bem poder experimentar pelo menos uma vez na vida. Num aniversário, decidimos fazer esta extravagância para levantar a moral. Não será frequente haver restaurantes a conseguir três notas máximas neste blog, mas também será penalizado pelo preço exorbitante. Melhor que a comida é a paisagem, essa sim única na cidade.

O Local (5/10)


Para quem conhece o bairro da Graça em Lisboa, perceberá que o acesso a esta zona é extraordinariamente difícil já que não existe metro e apenas uma pitoresca opção pelo eléctrico 28 ou pelo autocarro permite chegar aos pontos mais recônditos. No entanto, não acredito que alguém vá a um restaurante luxuoso de transporte público, excepto um turista acidental endinheirado e ainda assim suponho que prefira utilizar um táxi. Quem vai de carro  não só enfrenta sentidos proibidos complicados de contornar como uma rua de sentido único que desemboca num restaurante escondido numa ligeira reentrância. O estacionamento está muito limitado, mas se avançar mais uns 200 metros, pode ter sorte na íngreme Calçada do Monte onde os menos confiantes poderão ter dificuldades em estacionar. O pior é quando se chega à entrada e nos encontramos perante um prédio antigo e até um pouco degradado com uma entrada para o restaurante que nos deixa algumas dúvidas sobre o tipo de estabelecimento que lá está dentro.

O Espaço (10/10)


Ninguém imagina que um restaurante tão escondido e estranhamente localizado reserva uma paisagem tão espectacular. É impossível não referir a vista maravilhosa sobre as colinas lisboetas, onde o Castelo de São Jorge assume o papel principal, especialmente ao jantar quando as luzes do dia se começam a fundir com a iluminação dos bairros típicos de Lisboa e o principio da noite. Só isto já corta a respiração! A decoração é sóbria e confortável com algumas obras de arte espalhadas pelas paredes em tons de preto e castanho claro, que serve o propósito de transformar a paisagem na personagem principal, mas sem ficar demasiado escuro para os almoços com luz natural. O ambiente é muito sossegado algures entre o romântico e o almoço de negócios. Há outras salas para grupos e eventos, mas que não estavam abertas nesse dia.

O Serviço (8/10)


É um restaurante recomendado pelo Guia Michelin e o serviço é obrigatoriamente cuidado e elegante, onde não falta a permanente preocupação em encher o copo quando este se encontra vazio nem a alta qualidade do serviço de mesa. No entanto, senti um ligeiro decréscimo de qualidade quando a sala começou a ficar mais cheia, pelo menos no que respeitou à rapidez do atendimento. O empregado que nos atendeu tentou quebrar um pouco a formalidade, algo que em alguns instantes parecia não combinar totalmente com o ambiente, embora tenha valido o esforço, já que em outras mesas percebemos que o formalismo chegava a parecer frieza.

A Ementa (9/10)


É uma ementa bastante completa e complexa. Começando pelas entradas, ficamos logo a perceber o nível deste local só pelos nomes. Existem também versões de petisco, que o restaurante dá a entender que servem apenas para entreter a fome, mas cujos preços se revelam proibitivos para a quantidade apresentada. A lista de pratos principais é longa e dividida em várias categorias: Bacalhau, Grelha, Mar, Terra, Vegetariano e Arroz, sendo cada uma delas preenchida com várias opções. As sobremesas também são variadas e dispersas entre as mais simples e as mais gourmet. A lista de vinhos é infindável... garantiram-nos que tinham mais de 3000 escolhas.

A Apresentação (10/10)


Imaginem agora aquela ementa de luxo com extraordinária beleza na apresentação que lhe confere nota máxima.

A Refeição (10/10)


Foi uma das maiores extravagâncias gastronómicas que já fiz e também a maior conta que paguei para duas pessoas, mas ainda assim posso dizer que valeu a pena, embora tão cedo não sinta condições para repetir a façanha. 

Queijo de Cabra com Doce - revelou-se fantástico.
Ameijoas à Bulhão Pato - eram poucas, mas boas.
Posta de Bacalhau com Crosta de Broa e Azeite de Alecrim - era absolutamente divinal.
Empada de Caça com Grelos salteados em Azeite de Alecrim - igualmente divinal e de chorar por mais.
Crepe de Laranja (tipo Suzette) - já era desnecessário e não estava nada do outro mundo, mas não conseguimos evitar deglutir sem piedade.

O Preço (4/10)


A qualidade paga-se, a paisagem e o serviço também, mas custa muito largar três dígitos numa refeição para duas pessoas. Mesmo que quiséssemos ser poupados não conseguiríamos pagar muito menos, porque os pratos principais são muito caros e não dão para dividir já que chegam decorados individualmente. Julgo que se os preços estivessem uns 20% mais baratos poderiam cativar mais pessoas e estar a um nível mais competitivo com a concorrência até porque a localização remota e escondida não ajuda, mesmo que a paisagem compense.

Preço médio por pessoa: 45€

Informação Extra


Morada: Rua Damasceno Monteiro, 9B - Lisboa

Animais admitidos: Não

Estado: Activo
Data última visita: Julho 2005

Restaurante Maria Azeitona

Amadora - Lisboa - Portugal

Comida portuguesa com um toque de modernidade. 

(Excelente ..... 8,3/10)

Créditos - Foto de Google Maps


É na Amadora que estão as minha raízes, mas também é aqui que reside uma parte do meu futuro, embora seja uma cidade desdenhada por muitos, quer seja pela multiculturalidade, pobreza ou humildade das suas gentes, assim como pelas notícias menos abonatórias sobre a segurança. Ainda assim, há quem invista nesta cidade e consiga elevar os padrões de qualidade para aqueles que aqui vivem e que não se resignam. Ouvi muito boas criticas a este restaurante, vindo de vários quadrantes dos meus conhecimentos e não perdi a primeira oportunidade para o experimentar. Boa decisão!

O Local (5/10)


Uma grande parte dos restaurantes da Amadora são prejudicados neste capítulo, mas aqui o problema não é o aspecto da rua, até porque é uma das zonas da cidade que mais remodelações e melhoramentos tem sofrido, mas sim pela falta de estacionamentos próximos, sendo que os poucos que existem são pagos e só num golpe de sorte se consegue apanhar um. É uma zona de fluência de trânsito, apenas com um sentido de entrada na Amadora... o que funciona a favor da promoção do local.

O Espaço (7/10)


O restaurante abriu em Outubro de 2013 e nota-se que está tudo novo e feito com aprumo. A decoração é espartana, com madeiras claras e até parecem meio toscas, mas revelam bom gosto e arrojo pela forma como tudo está organizado, mesmo utilizando toalhas de papel reciclado. Um grande balcão na parede oposta à entrada não atrapalha a decoração e as janelas bem pensadas impedem que o rebuliço da cidade entre pelo restaurante, tornando-o porém mais escuro devido à luz artificial. O espaço é confortável, embora pequeno. O único senão acaba por ser o nível de ruído que se faz sentir. Num almoço de Domingo, o alvoroço das famílias com crianças nem deixavam ouvir a música de fundo. São curiosos os talheres, de proporções exageradas, mas que acabaram por funcionar bem, assim como os copos e os pratos que mostram um revivalismo bem aproveitado para marcar alguma diferença. Achei duvidoso verificar que existem três televisões (que neste caso estavam a passar um canal de cozinha e gastronomia), porque já imagino que em dias de jogos de futebol possa não ser tão descontraído assim, embora todo o funcionamento do restaurante sugira tratar-se de um local relativamente intimista.

O Serviço (8/10)


O atendimento foi muito atencioso, balançando entre o descontraído e o formal de uma forma bem interessante. Fizeram sugestões em prol dos clientes e não para encarecer a refeição. Verifiquei também que deram tratamento muito especial a alguns clientes e muita atenção aos seus pedidos de uma forma muito educada e simpática. Numa segunda visita, outro empregado e um atendimento menos simpático, mas ainda mais eficiente. O serviço foi rápido, eficiente e sem falhas na minha mesa, mas reparei num ou noutro detalhe que falhou noutras mesas, sem gravidade. O que me decepcionou foi não aceitarem multibanco, o que para um restaurante que procura marcar a diferença pela qualidade, deixa algo a desejar.

A Ementa (8/10)


Quando entrei não fiquei com essa noção, mas ao olhar para a ementa percebe-se que há uma forte aposta nos petiscos já que a lista de possibilidades é extensa ao contrário dos pratos principais onde há pouca escolha. Os petiscos acabam mesmo por saltar mais à vista em todos os aspectos. As sobremesas variam entre o tradicional e o internacional e têm muito bom ar.

A Apresentação (8/10)


A apresentação é simpática, sendo que é nas sobremesas que está a inovação, já que algumas chegam dentro de pequenos frascos com tampa... algo que me pareceu bem original, embora entretanto já tenha visto o mesmo em outros espaços.

A Refeição (9/10)


Curiosamente, não optei ainda pela vertente dos petiscos, mas acho que continuaría a sair bem servido e com uma maior variedade de experiências alcançadas. Da próxima vez, tentarei esta abordagem. 

Sangria de Vinho Branco (em copo) - estava divinal (das melhores que provei até hoje).
Caril da Camarão com Fruta Fresca - estava bom, mais adocicado que picante, mas achei a dose pequena e simples.
Bife de Atum - estava bem cozinhado, embora dificilmente fosse a minha escolha em qualquer visita que fizesse, mas o toque avinagrado chamou a minha atenção.
Abanicos com Puré de Maçã, - sendo uma escolha segura acabou por se revelar excelente em todos os seus ingredientes, batatas fritas e esparregado incluído. 
Creme Brûlée - bem diferente do que é habitual já que é menos doce e combina melhor com o sabor da cobertura queimada
Mousse de Lima - um pouco amarga demais para o meu gosto.

O Preço (9/10)


Adoro restaurantes que me dão várias oportunidades para gerir quanto vou gastar, daí que esta ementa cheia de petiscos a preços mais acessíveis seja entusiasmante. O preço está dentro do normal para um restaurante desta qualidade, mas é possível gastar menos de 10€, optando pela solução dos petiscos, e ainda sair satisfeito. Claro que podiam melhorar nas toalhas e na insonorização, mas vão ter tempo para isso.

Preço médio por pessoa: 15€

Informação Extra


Morada: Rua Alfredo Keil, 16 - Amadora

Animais admitidos: Não

Estado: Activo
Data última visita: Setembro 2015

Restaurante Adega do Isaías

Estremoz - Évora - Portugal

Uma verdadeira adega, com comida para graúdos. 

(Agradável ..... 7,1/10)

Créditos: Foto de Boa Cama Boa Mesa - O Expresso


Numa viagem ao Alto Alentejo, pedimos uma recomendação de um restaurante na zona de Estremoz e a resposta não se fez esperar: Adega do Isaías! Paragem obrigatória! Estive lá duas vezes e consigo reconhecer o que faz deste espaço um local de peregrinação dos grandes amantes de comida, mas para o turista acidental não há assim tantas coisas apelativas, excepto a oportunidade de experimentar as iguarias mais profundas da cozinha alentejana num espaço pitoresco. Não frequentei o restaurante antes do falecimento do seu fundador Isaías Parreiras, mas quem frequentava diz que já não é a mesma coisa.

O Local (5/10)


Situado na zona mais pitoresca e castiça da cidade, acaba por ter o inconveniente de estar longe de qualquer local para estacionar a viatura. Para ter garantia de um lugar será necessário estacionar no centro da cidade, na zona do Rossio e caminhar uns 300 metros pelas apertadas ruelas até ao restaurante. Não é dos locais mais bonitos de Estremoz, mas é um bom exemplo da arquitectura alentejana.

O Espaço (5/10)


Parece mesmo que entrámos numa adega onde foram colocadas umas mesas toscas com bancos corridos para acomodar os trabalhadores acabados de chegar da vindima. Tenho até dúvidas que a decoração tenha sido pensada... parece mesmo que as talhas de vinho sempre lá estiveram e que apenas alguns pratos decorativos foram acrescentados para dar outro ar. O espaço torna-se muito apertado e desconfortável ao fim de semana, pois fazem-se filas para experimentar as iguarias pouco comuns deste estabelecimento. A tentativa desesperada de oferecer o maior número possível de lugares, faz com que alguns clientes fiquem presos aos seus lugares e tenham que obrigar outros clientes a levantar-se das suas cadeiras, para ser possível passar. O ambiente é absolutamente tradicional e despretensioso, com muito ruído.

O Serviço (5/10)


Na primeira vez que fui, senti uma desilusão ao perceber que o atendimento era muito pouco personalizado e que os empregados andavam num stress permanente para atender as pessoas que ultrapassavam largamente a capacidade de resposta. Quando lá voltei ao jantar, fomos dos primeiros a entrar e já senti outro acolhimento, mas ainda assim pouco simpático, embora eficiente. Esperámos uma eternidade pelos pratos em ambas as tentativas, algo que não deixou grandes saudades. Ainda assim, nota-se o profissionalismo e um ritmo de trabalho impressionante, já que nunca vi tão poucos empregados de mesa darem conta de tantos clientes.

A Ementa (9/10)


Quando olhamos para a ementa, percebemos que se trata de um restaurante para gente grande, com as pesadas comidas alentejanas e sem alternativas mais leves para crianças. É sem dúvida uma ementa para encher a barriga! As entradas são deixadas para quem as quiser, os pratos principais são genuinamente alentejanos e a lista de sobremesas é curta, mas fiel à tradição local.

A Apresentação (5/10)


Quanto à apresentação, não é efectivamente uma preocupação neste local, pois numa adega não se liga a esses detalhes.

A Refeição (9/10)


Quem nos aconselhou o restaurante não sabia se iríamos dar muita importância aos restantes critérios, mas no que diz respeito à qualidade da refeição não se enganou nada. As doses são muito bem servidas, inclusivamente as sobremesas. As entradas são deixadas para quem quiser, mas são tão apelativas que se torna impossível resistir.

Vinho Branco da Casa - muito bom... bem fresquinho!
Vinho Tinto da Casa - também é bom, mas não se destaca tanto.
Burras (Bochechas de Porco) Assadas no Forno - estavam fantásticas!
Migas com Carne de Porco - um clássico com qualidade acima da média, especialmente as Migas que eram bem diferentes de todas as que já tinha provado.
Sopa de Cação - também excedeu as expectativas.
Pão de Rala - cumpriu o esperado.
Sericaia - cumpriu o esperado.
Filhoses com Mel - embora diferentes de tudo o que tinha provado, não eram bem o que estava à espera e decepcionou um pouco. 

O Preço (6/10)


Achei o preço pouco convidativo para as condições de conforto que são proporcionadas, mas a fama do restaurante faz inflacionar os preços, porque se assim não fosse as filas seriam ainda maiores. No entanto, as doses são muito bem servidas e permitem jogar com isso para reduzir o preço em conjunto com uma boa seleção de entradas.

Preço médio por pessoa: 17€

Informação Extra


Morada: Rua do Almeida, 21 - Estremoz

Animais admitidos: Não

Estado: Activo
Data última visita: Setembro 2012

Restaurante O Labrego

Feliteira - Torres Vedras - Lisboa - Portugal

[Encerrado] Labrego não devia ser nome de restaurante.

(Fraco ..... 5,3/10)

Créditos: Foto de Website O Labrego


Para esclarecer o título, temos que nos remeter ao dicionário para perceber o que significa a palavra Labrego, já que muitos o interpretam como "aldeão", mas quase todos pensam em algo mais popular como "rude" ou "grosseiro". Sem entender a razão que deu origem ao nome, sei de muita gente que apreciava a passagem por este espaço, mesmo ficando fora de todos os roteiros. Fui lá para comemorar um aniversário de um familiar e não posso dizer que tenha estado à altura dos elogios que lhe tinham sido atribuídos. Encerrou no final de 2013, mas segundo os clientes habituais já vinha a perder qualidades há alguns anos, especialmente desde o falecimento do dono original.


O Local (3/10)


Não estava situado no fim do mundo, mas encontrá-lo era coisa digna do acaso. Só quem levava indicações precisas e bem urdidas é que conseguia chegar à povoação Feliteira, perto de Dois Portos no concelho de Torres Vedras. Chegados à povoação, éramos remetidos para ruas estreitas e sem passeios onde identificar um restaurante praticamente sem letreiros, excepto umas letras gigantes inscritas na fachada de um antigo edifício que, dentro do carro, não eram muito visíveis. Para estacionar era necessário sair do zona do casario ou deixar a tapar o portão de alguém.

O Espaço (6/10)


Outra definição de Labrego também pode ser "rústico" e, neste aspecto, assentava que nem uma luva. A entrada feita através de uma porta antiga de acesso a uma tasca que também servia de mini-mercado era assustadoramente perigosa para quem tentava deixar o restaurante já que logo no primeiro passo estávamos no meio da estrada. Para quem entra fica aquela primeira imagem de antiguidade espartana, mas depois de passar por alguns pequenos compartimentos, conseguíamos atingir a sala de refeições que era ampla e simpática dentro do rústico quase extremo salvo pela imensa luz natural que brotava das janelas panorâmicas que ocupam toda a parede do fundo da sala, através das quais se via uma agradável vegetação. O ambiente era mais apropriado para grupos e absolutamente descontraído e simples. No fim da refeição, fui tomar o café para uma das salas da antiga tasca, para fugir ao ambiente interior do restaurante... boa decisão.

O Serviço (5/10)


A boa vontade e simpatia dos empregados não chegava para esconder algumas lacunas no serviço, já que os pratos chegaram muito separados uns dos outros, fazendo que alguns ficassem o tempo todo a olhar para os outros a comer, invertendo os papéis meia-hora depois. O facto de o grupo ser grande, embora com reserva, também complicou a logística e organização do serviço que não parecia estar tão habituado a tamanha avalanche de clientes. Como escolhemos quase todos a mesma coisa, pedimos para avaliar quantas doses seriam necessárias para tanta gente, em função do tamanho das mesmas e até aqui falharam rotundamente, trazendo mais doses que as necessárias (fomos obrigados a pedir para embalar o resto). De realmente positivo identifiquei a oferta de um agradável licor (Abafadinho) como aperitivo e a desenvoltura de uma das empregadas que se desdobrou em esforços para minimizar os efeitos da fraca experiência que tínhamos tido até ali.

A Ementa (3/10)


Fiquei absolutamente surpreendido quando percebi que basicamente só recomendavam dois pratos: o Cabrito e o Bacalhau Frito com Cebola, tudo o resto eram alternativas pobres e dedicadas a quem não gostava mesmo de nenhum daqueles pratos, tal como o habitual Bitoque ou uma Omelete. Em relação ás sobremesas havia gelados e algumas especialidades caseiras como o Pudim à Labrego e o Doce de Grão. As entradas não passavam das tradicionais azeitonas, enchidos e queijos. 

A Apresentação (5/10)


A apresentação das travessas era grosseira, tal como o nome do restaurante vaticinava.

A Refeição (6/10)


Quando a ementa é tão curta, fazemos uma elevadíssima expectativa dos pratos, mas mais uma vez senti uma certa desilusão. As entradas eram razoáveis, especialmente as azeitonas muito bem temperadas.

Vinho da casa - (que chegou em garrafas sem rótulos) era agradável.
Cabrito Assado - era bom e o esparregado era o que de mais surpreendente havia, mas nem as batatas nem o arroz (com ou sem miúdos) tinham nada de especial.
Bacalhau Frito com Cebola era bem mais interessante e saboroso.
Doce de Grão - muito bem combinado com nozes.
Pudim à Labrego - era mediano. 

O Preço (6/10)


Fora dos roteiros, sem ostentar uma qualidade acima da média, e apresentando um limitadíssimo leque de opções, acabou por sair muito caro devido à deficiente ajuda do empregado na definição das doses necessárias para todos. Calculado com mais rigor poderia ter tido um preço mais em conta, mas sempre acima do esperado. O encerramento acaba por não surpreender por este e muitos outros motivos, começando pela localização.

Preço médio por pessoa: 15€

Informação Extra


Morada: Avenida 25 de Abril, 9 - Feliteira

Animais admitidos: Não

Estado: Encerrado
Data última visita: Outubro 2006

Adega Típica Vinho e Noz

Évora - Portugal

Não é só vinho e noz... há muito mais!

(Bom ..... 7,7/10)

Créditos: Foto de Website Adega Típica Vinho e Noz


Évora tornou-se num interessante centro turístico, onde actualmente se encontram hotéis de topo e restaurantes de alta qualidade espalhados não só dentro como fora das muralhas que cercam a cidade. Infelizmente, esta popularidade fez também disparar os preços praticados em vários comerciantes locais, transformando a cidade num destino quase luxuoso onde qualquer tasca se faz valer dos seus galões seja pela localização ou pelo aspecto tradicional e autêntico que transmite. Escolher um restaurante fora das muralhas poderá parecer ilógico, mas tem as suas vantagens como vão perceber.

O Local (6/10)


Fica fora da bonita e bem preservada muralha medieval que faz o cerco à cidade de Évora. Naturalmente que isto implica ficar fora da beleza protegida pelas muralhas e pela conservação privilegiada do município, algo que acaba por se repercutir no ambiente um pouco desleixado das pequenas e estreitas ruas que ali se encontram. No entanto, existe uma vantagem clara no que diz respeito a capacidade de estacionamento, porque o aproveitamento do Rossio (que se encontra ali mesmo ao lado) para esse fim, libertou também muitos lugares nessas ruelas sendo possível estacionar a escassos 50 metros sem dificuldade.

O Espaço (7/10)


A primeira impressão é que estamos a entrar numa antiga adega na qual pouco terá sido feito para acomodar comensais, mas rapidamente vamos percebendo o objectivo de proporcionar uma experiência mais autêntica e tradicional. É um espaço um pouco escuro, que dá ares de um ambiente romântico, mas quando acendem as luzes (focos com alguma potência e que não distribuem luz uniforme pela sala, chegando ao ponto de apontar directamente para os clientes) perde um pouco da sua graça. A decoração é diversificada entre as garrafas de vinho que dão nome ao restaurante e algumas peças de arte local alusivas ao Alentejo.

O Serviço (7/10)


Inicialmente, pareceu-me que o jovem empregado estava demasiadamente rígido e pouco à vontade, não demonstrando grande destreza nem simpatia. No entanto, à medida que fomos avançando na refeição fomos conquistando a sua atenção e até foi possível perceber a genuinidade do serviço que estava a prestar. É um atendimento simples e despretensioso que também se manifesta nos próprios recipientes tradicionais. Embora o prato principal tenha demorado um bocadinho mais do que o desejável, já o mesmo não aconteceu com os restantes pedidos, sendo que no caso das entradas até nos foram apresentadas mal nos sentámos, para podermos escolher.

A Ementa (8/10)


No Alentejo a carne é rainha, portanto é natural que a grande maioria dos pratos da ementa sejam dedicados a esta proteína onde podemos escolher de entre várias partes do corpo do porco, mas também do tradicional borrego ou até bifes na pedra. As migas são o acompanhamento preferencial. Há outras possibilidades, como o Bacalhau ou a Açorda Alentejana para quem prefere algo mais leve. Nas entradas, não podem faltar os produtos regionais como as Azeitonas, a Linguiça e o Queijo com algumas alternativas interessantes como o Patê de Atum. A lista de sobremesas é curta, mas cheia de tradição, acrescentando apenas alguns gelados para completar. Tem uma bela lista de vinhos onde se pode até escolher garrafas de 375cl a um preço mais convidativo.

A Apresentação (6/10)


É tudo muito rústico e a apresentação dos pratos não foge à regra.

A Refeição (9/10)


Sabendo que os pratos principais são normalmente suficientes para nos deixar de barriga cheia, só nos entretemos com umas azeitonas de entrada: eram pequenas e um pouco ácidas não obstante a tentativa de o disfarçar com o tempero tradicional. 

Javali Estufado com Castanhas - estava divinamente cozinhado e condimentado, embora as castanhas não tivessem um sabor muito intenso (talvez por ainda não estar propriamente na época delas).
Entrecosto com Migas de Espargos - desfazia-se na boca e saía com muita facilidade do osso para além de estar bem gostoso. 
Bolo Mel e Noz - (para completar o nome do restaurante) que se revelou delicioso com a noz a cortar o doce do mel numa combinação muito bem conseguida.

O Preço (6/10)


Depois de ter estado em restaurantes, no Alentejo, onde o preço é muito mais acessível, não posso deixar de manifestar que achei um pouco exagerado o preço dos pratos principais, mas isto parece ser uma tendência concertada em Évora, já que é raro o local onde um prato tradicional custe menos de 10€. Claro que a qualidade da cozinha também se reflecte nos preços, mas ainda assim penso que está um pouco acima da média.

Preço médio por pessoa: 17€

Informação Extra


Morada: Rua Ramalho Ortigão, 12 - Èvora

Animais admitidos: Não

Estado: Activo
Data última visita: Agosto 2015

Restaurante Gigino & Gigetto

Birre - Cascais - Lisboa - Portugal

Casamento entre restaurante e bomba de gasolina.

(Agradável ..... 7,2/10)

Créditos: Foto de Website Gigino & Gigetto

Exceptuando aqueles restaurantes a que vou na hora do almoço dos dias de trabalho, este estará entre os que mais vezes frequentei, embora fosse bem longe de casa. Foi aconselhado por uma amiga com os devidos avisos que escalpelizarei mais à frente, mas era sempre um prazer lá ir independentemente da altura do ano. Já há muito tempo que não vou lá, porque as circunstâncias mudaram, mas tenho recebido relatos de que quase tudo se mantém, até com alguns melhoramentos.

O Local (3/10)


Localizado na Estrada de Birre, tem uma particularidade que afasta imediatamente os que não conhecem o restaurante: fica numa bomba de gasolina. Não está do outro lado da rua, nem ao lado, mas literalmente por trás da bomba de gasolina, já que é necessário atravessá-la para entrar no estabelecimento. Estacionar é também uma pequena aventura, porque existem 3 ou 4 lugares privativos que estão reservados para os donos e depois existem lugares em cima do passeio ao longo da estrada. A uns 100 metros existem alguns bairros onde é possível estacionar legalmente, mas nos dias mais invernosos torna-se desagradável já que a zona é muito desabrigada. De positivo tem o facto de estar a um passo de algumas das atracções naturais da região, como o Guincho e a Serra de Sintra, mas não tem visibilidade para nenhuma delas.

O Espaço (6/10)


Quando entramos no restaurante, esquecemos que passámos na bomba de gasolina, já que o interior é simpático, acolhedor e mistura alguma simplicidade com uns salpicos de bom gosto tradicional. O ambiente é calmo e sossegado, mas não é raro haver famílias que ali organizam os seus aniversários, tornando o ambiente mais ruidoso. Nunca gostei muito das cadeiras que não batem certo com o resto da decoração, mas de resto existem pormenores bem interessantes como uma lareira e um resguardo de madeira florido que retira a atenção da paisagem virada para a bomba de gasolina. Trata-se de um espaço familiar e isso fica claro logo na entrada, onde existe um balcão e uma pequena sala de recepção que resulta bem de forma a evitar que as pessoas que não tenham lugar fiquem ali a olhar de forma reprovatória e desesperada para quem ainda está na sua refeição. Sempre existiu uma pequena esplanada que só estava aberta no verão, mas entretanto construíram uma cobertura que permite a sua utilização em outra épocas do ano. Tenho que experimentar!

O Serviço (7/10)


Sempre foi uma questão de sorte, já que havia um empregado muito simpático e outro nada simpático, daí que procurasse sentar-me em certas mesas para fugir ao raio de acção do menos simpático, mas nem sempre resultava. Quando as coisas corriam bem, o serviço era fluido, mas em tantas visitas houve uma ou outra vez em que as coisas não correram da melhor forma, principalmente no que dizia respeito ao tempo de espera pelos pratos e pela conta. Dependendo do empregado, podíamos ter uma experiência mais calorosa ou mais fria. Os pratos demoram um pouco a chegar, mas quando escolhemos pratos do dia é bastante rápido.

A Ementa (9/10)


Embora muita gente diga que vai lá pelas pizzas excelentes, a verdade é que a ementa é especialmente rica em massas e combinações pouco vistas nos restaurantes italianos. A lista de pizzas é quase infindável, tendo as mais tradicionais variantes de ingredientes, embora se sinta a falta de algumas verduras que outros restaurantes já começaram a introduzir (pessoalmente prefiro sem as verduras, porque não aprecio muito a combinação). Quanto à lista de massas, conseguem abranger praticamente todos os tipos de massas que existem e marcam a diferença nos pratos do dia. Outro aspecto interessante é o facto de haver várias alternativas de carne (Bistecca, Scaloppine, etc...) para agradar aos que não são apreciadores das massas italianas. A lista de sobremesas não é especialmente longa, mas tem escolhas diferenciadas onde o Tiramisú é rei, assim como a lista de entradas inclui a maior parte das tradicionais entradas italianas, desde os Carpaccios às Bruschettas.

A Apresentação (7/10)


Quanto à apresentação, não há muito para inventar num prato italiano, mas a diversidade de opções é acompanhada pela boa apresentação dos pratos.

A Refeição (8/10)


Nenhuma visita estaria completa se não começasse com os tradicionais Grossini com uma pasta de queijo caseira, com Mascarpone e outros ingredientes que lhe davam um sabor e uma consistência fantásticas. Podia estar largos minutos a debicar aquela aquela maravilha enquanto esperava pelo prato, sem me aperceber da quantidade descabida que ingeria. Por causa desta "armadilha" nunca me aventurei pelas outras entradas, já que aquela era suficientemente entretida e gostosa. 

Pizza Tropicale - boa, mas sem surpreender.
Pizza Santa Lucia - boa, mas sem surpreender.
Pizza 4 Formaggi - boa, mas sem surpreender.

Nas massas é que encontrava o meu refúgio e tentava variar ao máximo, embora acabasse quase sempre por escolher pratos com natas, porque é um dos locais onde o sabor das mesmas me agrada mais.

Fettucine della Nonna - (o mais pedido) boa dose e sabor no ponto.
Ravioli al Funghi - os cogumelos são excelentes.
Fettucine alla Paesana - menos interessante que o della Nonna, mas servia para variar.
Tortellini alla Crema - sempre saboroso.
Tiramisú - (quase sempre servido gelado) não é dos melhores que conheço.

Houve uma ou outra decepção nos pratos do dia, mas nada de grave.

O Preço (6/10)


Na minha opinião está dentro da média para um bom restaurante italiano, mas perde na localização. Já que estou a pagar bem, também gostaria de ter uma boa vista e uma agradável envolvência, portanto este critério acaba por sair um pouco penalizado. Talvez quando experimentar a nova esplanada possa reforçar esta avaliação.

Preço médio por pessoa: 15€

Informação Extra


Morada: Rua de Birre, 829 - Cascais

Animais admitidos: Sim (a confirmar na esplanada)

Estado: Activo
Data última visita: Outubro 2011