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Restaurante A Cavalariça

Entradas - Castro Verde - Beja - Portugal

Numa terra chamada "Entradas", tinha de haver boa comida. 

(Bom ..... 7,8/10)

Créditos: Foto de Website de A Cavalariça



Tinha ficado alojado num hotel rural no meio do Alentejo e achei que devia procurar alternativas para almoçar ou jantar por um preço mais acessível que o restaurante do hotel. Um amigo aconselhou-me a experimentar A Cavalariça que se encontrava no meio de um povoado a 20km do hotel e que se tornou numa sugestão excelente e bastante mais económica, mesmo contabilizando a gasolina. Mais tarde, num regresso do Algarve, não tive dúvidas em fazer um pequeno desvio para lá almoçar outra vez.

O Local (7/10)


Tenho que valorizar o esforço e a dedicação de quem se entrega a um projecto gastronómico no meio de uma zona tão isolada e fora das rotas turísticas. Bem-hajam esses empreendedores! Felizmente, começam a aparecer, num raio de 20Km, alguns empreendimentos turísticos que dão alguma vida e possibilidade de sucesso a estes negócios. Situada na borda da IP2, Entradas é uma pequena e simpática aldeia a meio caminho entre a Autoestrada do Sul (A2) e Beja, apenas alguns quilómetros depois de Castro Verde. O restaurante fica no meio da aldeia, numa rua bem estreita e até nem é fácil encontrar à primeira. Não há estacionamento privativo, mas há muito espaço e lugares para estacionar nas redondezas. 

O Espaço (7/10)


A sala é um pouco escura e com pouca luz natural, mas a decoração é simples, fazendo combinar a madeira maciça do tecto, das cadeiras e das portas com o branco das paredes e toalhas dispostas nas mesas. As paredes têm alguns quadros e objectos rurais que dão um toque rústico e que tornam o espaço muito confortável. O ambiente é familiar ao ponto haver uma pequena escadaria que leva à cozinha e onde vemos as pessoas em movimento para realizar o serviço. Há uma atmosfera descontraída, tipicamente alentejana e absolutamente genuína.

O Serviço (8/10)


São de uma simpatia extraordinária, mas trata-se claramente de um estabelecimento familiar onde os clientes são tratados como convidados, ao ponto de perante uma pergunta responderem algo do género: "Vou perguntar à minha tia" o que achei delicioso e absolutamente genuíno. A única queixa que tenho a fazer é em relação ao tempo que os pratos demoram a sair (é uma realidade comum a muitos restaurantes no Alentejo), o que por outro lado demonstra que a comida é feita na hora. São muito atenciosos com as crianças e não me canso de salientar a simpatia, honestidade e humildade das pessoas que nos atenderam.

A Ementa (9/10)


Tem uma ementa bastante mais variada do que se poderia esperar para um estabelecimento com este tipo de localização, mas convém perguntar quais são os pratos do dia, porque os outros vão certamente demorar mais o que se torna até menos rentável para o negócio familiar. As entradas são básicas entre o queijo regional, o paio ou presunto de porco preto e as azeitonas. Os pratos de caça variam conforme a época. No entanto, a lista de pratos de porco preto e de borrego é muito mais variada e com alguns toques de inovação. As sobremesas também tentam manter a linha alentejana. 

A Apresentação (6/10)


A apresentação é simples, mas digna.

A Refeição (8/10)


Não se pode dizer que seja uma comida digna de estrelas Michelin, mas é comida caseira, feita com carinho e muito saborosa. As doses são bem servidas e em alguns casos até dá para partilhar (perguntem, porque eles são muito honestos e prestáveis). Experimentámos os presuntos e paios, assim como os queijos regionais como entrada, porque a espera foi longa, mas foi o presunto que mais se destacou. 

Javali Estufado - muito bem condimentado.
Burras no Forno - bochechas de porco bem tenras.
Secretos de Porco Preto - um clássico, mas sem deslumbrar.
Ensopado de Borrego - cumpriu em quantidade e qualidade
Encharcada - muito saborosa.


O Preço (7/10)


Não foi o restaurante mais barato que visitei no Alentejo, mas compreendo a necessidade de adequar os preços ao isolamento e requisitos de qualidade que a localização exige. Considerei absolutamente justo o valor final das refeições, porque a qualidade da comida é acima da média e se conseguirem partilhar ou se levarem crianças que comam com os pais, melhor será.

Preço médio por pessoa: 15€

Informação Extra


Morada: Rua dos Escudeiros, 3 - Entradas

Animais admitidos: Não

Estado: Activo
Data última visita: Agosto 2013

Marisqueira César

Ericeira - Mafra - Lisboa - Portugal

Uma marisqueira de referência na região saloia.

(Soberbo ..... 8,5/10)

Créditos: Foto de Google Maps


Já lá vai o tempo em que a Ericeira era a colónia de férias dos lisboetas, um local tão pitoresco como diversificado com hotéis de qualidade, quartos ou parques de campismo. Hoje, mantém a sua vertente turística, mas é especialmente um agradável destino de fim de semana e de gastronomia. A Marisqueira César não é apenas um restaurante, mas também um espaço de culto ao marisco e à família. Fui lá 2 vezes com um espaçamento de largos anos e quase não notei a diferença, excepto nos melhoramentos feitos no exterior que enriquecem bastante a experiência a todos os níveis. Quando falamos em marisqueiras na Ericeira (e há bastantes), esta é uma das poucas que parece ser consensual e reconhecida.

O Local (10/10)


Está localizada mesmo na saída norte da Ericeira, em frente ao parque de campismo, portanto não há muito que enganar. Tem um parque de estacionamento privativo e amplo que descansa até os mais retardatários. Está posicionado numa falésia com uma vista deslumbrante sobre o Atlântico e tem um enorme parque infantil, permitindo também visitas guiadas aos viveiros, que se encontram no piso de baixo, de onde chegam os mariscos que solicitamos à mesa (portanto, mais fresco não podíamos pedir).


O Espaço (8/10)


Ao contrário de uma grande parte das recentes e modernas marisqueiras, esta tentou manter o ambiente das marisqueiras antigas e tradicionais, com uma decoração rústica e colorida. Ficar ao pé de uma das janelas a observar o mar e a paisagem é um privilégio que aconselho se esses lugares estiverem vagos. O ambiente não é tão selectivo como a maior parte das marisqueiras da região, chega até a ser acolhedor e familiar. Há um conforto pouco comum neste tipo de restaurantes.

O Serviço (8/10)


O atendimento é simpático, informal, eficiente e não invasivo. Há uma boa disponibilidade dos empregados para aconselhar os clientes e a proximidade com os viveiros permite que as pessoas façam pedidos especiais. Utilizam-se utensílios de boa qualidade e para todos os tipos de marisco, não há dúvida que sabem o que estão a fazer.

A Ementa (9/10)


Se o objectivo for comer marisco... está no sítio certo, porque tem todos os tipos de marisco ao quilograma assim como pratos onde o marisco é o rei, tais como, Paella, Arroz, Feijoada, Caril ou Açorda de Marisco. No entanto, também é forte em peixes grelhados no carvão com uma grande variedade de espécies. É uma ementa bem composta e variada, excepto nas sobremesas cujas escolhas são limitadas.

A Apresentação (7/10)


Quanto à apresentação dos pratos é a tradicional para este tipo de restaurantes, servidos nos tachos metálicos onde são confeccionados e distribuídos pelo número de pessoas adequado em cada prato.

A Refeição (9/10)


Não há quase nada a apontar, os mariscos são frescos porque são trazidos directamente dos viveiros e são bem cozinhados e temperados. Experimentámos os Percebes, o Camarão Tigre, as Ameijoas, a Sapateira e tudo passou com nota elevada. 

Arroz de Marisco - bastante acima da média.
Açorda de Marisco - deliciosa e nada enjoativa.
Mariscada à César - que é, justamente, uma das principais especialidades da casa. 
Mousse de Chocolate - aceitável sem deslumbrar.
Crumble de Maçã com Gelado - foi surpreendente a combinação.

O Preço (7/10)


Marisqueira e preços baixos, em Portugal, não combinam, porque os produtos não são baratos. Ainda assim, os preços nesta região estão um pouco mais acessíveis que na Linha de Cascais ou que no centro de Lisboa, mas curiosamente com mais qualidade. Nunca paguei pouco, mas também nunca me senti enganado. Porém, as doses são muito boas e preenchidas de marisco, permitindo que um prato identificado como sendo para 2 pessoas, possa servir para 3 ou 4, o que torna o preço bem mais acessível.

Preço médio por pessoa: 27€

Informação Extra


Morada: Estrada Nacional 247 - Ericeira

Animais admitidos: Não

Estado: Activo
Data última visita: Março 2005

Restaurante Charbonada

Fátima - Ourém - Santarém - Portugal

Um nome enganador, mas a comida não engana. 

(Bom ..... 7,7/10)

Créditos: Foto de Pedro Silva (OpinaRestaurantes)

Quando uma comerciante local nos aconselhou este restaurante, tivemos alguma dificuldade em entender o significado de um termo que nos fez lembrar "Carbonara" levando a nossa imaginação para a possibilidade de haver ali influências italianas. Puro engano! "Charbonada" é uma forma de grelhar a comida na mesa com o auxilio de um grelhador a carvão e de um exaustor que mais parece uma chaminé portátil para recolher os fumos. Uma ideia interessante que transforma este restaurante num espaço único, onde as "chaminés portáteis", que descem do tecto, acabam por ficar na retina para sempre.

O Local (6/10)


Fátima é famosa pelo santuário, pela história religiosa e pelas peregrinações que inundam a cidade de carros e pessoas lançando o caos nos dias de peregrinação e também na maior parte dos fins de semana. Quem já visitou esta localidade, em décadas diferentes, percebe o crescimento brutal que sofreu e conhece as estradas circulares que procuram distribuir o trânsito para diversas saídas de forma a evitar o congestionamento do centro, algo que nem sempre funciona. Numa dessas circulares, na  e inserido no Edifício Panorâmico, está localizado o restaurante suficientemente longe do santuário para evitar confusões. É difícil encontrar lugares para estacionar, mesmo num dia normal, mas o facto de ser uma zona mais residencial acaba por tornar o local um pouco menos frenético que o resto da cidade embora também menos interessante do ponto de vista do ambiente e da "paisagem". A entrada não é muito apelativa nem bonita, mas o interior é bem diferente.

O Espaço (7/10)


As chaminés das "charbonadas" tomam conta da decoração, sendo que à primeira vista parecem uns "mamarrachos" sem sentido, mas quando as vemos em pleno funcionamento compreendemos a sua utilidade e importância para não recebermos os fumos que chegam dos grelhados das outras mesas. As paredes têm alguns relevos e pinturas que dão um aspecto mais confortável e aconchegante. O ambiente é essencialmente familiar, porque as crianças ficam fascinadas com a "tecnologia" de cozinhar à mesa e com os utensílios que são utilizados para o fazer.

O Serviço (8/10)


Fiquei surpreendido com a elegância do serviço, cuidadosamente feito à mesa por profissionais desembaraçados e conhecedores das suas tarefas. Pratos feitos nas mesas e um permanente cuidado em atender ás nossas necessidades. Infelizmente o serviço não foi muito rápido e tivemos que esperar bastante pelos pratos principais, tendo verificado que outros clientes tiveram outra sorte: uns chegaram mais tarde e foram servidos muito antes e outros chegaram pouco depois e ainda não tinham sido servidos quando saímos. Como cliente compreendo que alguns pratos sejam mais rápidos, mas julgo que não ficaria mal darem uma justificação para os atrasos.

A Ementa (8/10)


Trata-se de uma ementa requintada, mas que paradoxalmente inclui pratos bastante simples que são feitos à mesa como são as "charbonadas" de Lombo de Vitelo, Porco, Peru, Camarão ou Vaca. Mas os mais requintados são mesmo as estrelas da casa. Sendo a ementa rica, já o mesmo não poderei dizer das entradas e sobremesas que me pareceram algo limitadas, mesmo tendo em consideração as informações que obtivemos sobre a fama de algumas sobremesas. 

A Apresentação (8/10)


Os pratos têm uma boa apresentação e são bem decorados por quem serve.

A Refeição (8/10)


Houve pequenas falhas, mas estava tudo saboroso e fiquei contente por perceber que o meu prato preferido estava na ementa. 

Magret de Pato com Mel - uma pequena parte da carne estava consideravelmente mais mal passada que a restante (sei que o Magret de Pato é servido mal passado, mas aquele bocado estava quase cru), embora estivesse deliciosa a combinação de sabores no geral.
Robalo na Brasa - estava divinal e as doses muito bem servidas. 
Crepe com Gelado - foi uma escolha por exclusão de partes, porque não havia nada entusiasmante, mas ficámos satisfeitos com o tamanho da dose e a qualidade da confecção.

O Preço (7/10)


Os pratos principais não são baratos, mas a qualidade da comida e do serviço justificam essa situação, especialmente porque estamos a falar de uma cidade onde o turismo está altamente desenvolvido. A verdade é que é possível encontrar mais barato nas redondezas, mas com uma qualidade muito inferior. Senti que tinha pago um preço justo.

Preço médio por pessoa: 20€

Informação Extra


Morada: Rua São Francisco de Assis, 10 - Fátima

Animais admitidos: Não

Estado: Activo
Data última visita: Dezembro 2010

Café de São Bento

Lisboa (São Bento) - Portugal

Um bife de luxo num espaço emblemático.

(Bom ..... 7,5/10)

Créditos: Foto de Website Café de São Bento


É um restaurante/bar que existe desde 1982 e tem mantido intocável a sua ideia original de tentar recriar os antigos cafés de Lisboa apresentando um menu simples, mas de altíssima qualidade e orientada para clientes de classe média/alta, especialmente com a possibilidade de servir os deputados da Assembleia da República (que se encontra mesmo em frente), que sei que durante muitos anos foram e continuam a ser clientes assíduos.

O Local (7/10)


O bairro da Lapa é dos mais sumptuosos de Lisboa e a Rua de São Bento tem fama e famosos que lá viveram. Tem uma localização privilegiada numa zona tão antiga quanto movimentada da cidade. A proximidade com a Assembleia da República tem a vantagem de apelar a um público com maiores possibilidades financeiras, mas acredito que em dias de manifestações (que hoje em dia ocorrem quase todas as semanas) não seja tão agradável como isso. Existe hoje muita oferta de parques de estacionamento pagos nas redondezas e está muito bem servido de transportes públicos... embora não me pareça que a sua clientela opte por esse meio de locomoção. O facto de não ter uma entrada apelativa como restaurante, acaba por afastar os turistas acidentais, pois a pequena chapa metálica e a ementa sóbria na entrada quase nada revelam sobre o interior.

O Espaço (7/10)


Tem dois pisos, que após as mudanças legislativas referentes ao tabaco, serviram para diferenciar o espaço de fumadores e não fumadores. A decoração tem um estilo vitoriano com sofás vermelhos e mesas simples de madeira que fazem um contraste entre o rústico e o luxo. A clientela é selecionada através dos preços, mas não vemos por lá turistas, vemos essencialmente pessoas da classe média/alta de Lisboa onde também se encontra um misto de juventude, apreciadora de um bar, e adultos de meia idade a quem a música dos 80 e 90, que passa em bom ritmo nas colunas, proporciona boas recordações. Pessoalmente, não achei muito confortável, para uma refeição, pelo facto de estar sentado num sofá mais convidativo para me recostar e traçar a perna do que para manter uma postura correta à mesa. Quando está cheio, fica muito apertado, ao ponto de os empregados empurrarem algumas cadeiras com as pernas quando passam. Lembrem-se que não funciona apenas como restaurante, mas também como bar.

O Serviço (7/10)


Quando fiquei mesmo junto ao bar, obtive algumas vantagens já que os empregados necessitavam sempre de "regressar à base", mas apercebi-me de pessoas que desesperavam por atenção num canto da sala. Quando fiquei mais longe do bar, senti a dificuldade em chamar a atenção dos empregados. Sinceramente, esperava um atendimento digno de um restaurante de topo, mas a polivalência do espaço faz com que os empregados se comportem mais como empregados de bar, que gostam de meter conversa embora com alguma elegância. O serviço não é particularmente rápido, mas acho que faz parte do encanto do espaço para os clientes poderem desfrutar da música, do ambiente e de uma boa conversa.

A Ementa (6/10)


A ementa é curta, mas assumida! Tem bifes e pouco mais, embora esteja bem completada por entradas e sobremesas variadas. As entradas estão focalizadas nos queijos, enchidos e "carpaccios" de alta qualidade. A lista de sobremesas é rica em receitas internacionais. Quanto aos pratos principais, pode escolher entre o bife do lombo ou da vazia e optar por um dos molhos ou pedir grelhado.

A Apresentação (8/10)


A apresentação é cuidadosa, com um recipiente diferente para cada ingrediente, mas um bife é um bife e não há decoração que altere isso.

A Refeição (9/10)


Se há aspecto que não pode ser discutido é a qualidade da comida... só não é perfeita, porque já provei bifes melhores (e mais baratos), mas ainda assim a qualidade está lá toda. 

Queijo Serra da Estrela acompanhado de Geleia e Bolachas Integrais - revelou-se uma combinação bem interessante. 
Bife do Lombo à Portuguesa - molho tradicional e relativamente saudável, num belo bife do lombo.
Bife da Vazia à Café São Bento - molho mais suculento e um bife que sendo mais barato é também bastante inferior ao do Lombo, mas não se justifica a brutal diferença de preço.
Bolo de Chocolate - que a gerência afirma ser o melhor do mundo... eu não diria tanto, mas confesso que a combinação entre o merengue e o chocolate funcionou na perfeição.

O Preço (4/10)


Caro! Muito caro para a realidade portuguesa... talvez não tão caro para os abastados deputados portugueses, mas ainda assim compreendi o conceito e entendo o que leva as pessoas a quererem pagar um pouco mais para ter uma experiência diferente num espaço multifacetado. Por cada ingrediente extra, paga mais.

Preço médio por pessoa: 35€

Informação Extra


Morada: Rua de São Bento, 212 - Lisboa

Animais admitidos: Não

Estado: Activo
Data última visita: Março 2019

Wagamama (Soho)

Londres (Soho) - Inglaterra

Comida japonesa como nunca tinha visto nem provado.

(Mediano ..... 6,1/10)

Créditos: Foto de Google Maps


Num dos poucos momentos em que a sorte grande me bateu à porta, através de um concurso tive a oportunidade de visitar Londres juntamente com algumas pessoas conhecedoras da cidade e que me levaram a este restaurante que asseguravam estar na moda e que mais tarde vim a saber que tinha sido eleita a cadeia de restaurantes mais popular de Londres. Confesso que não fiquei fã, mas a cadeia de restaurantes Wagamama, embora maioritariamente direccionado para o mercado britânico, cresceu já para além do Reino Unido através de um menu que é uma espécie de fast-food de comida japonesa, algo que representa o oposto do que normalmente consideramos uma calma e relaxante experiência gastronómica. Não quero incluir cadeias de fast-food neste blog, mas esta é diferente na sua génese até porque nos servem à mesa.

O Local (5/10)


O Soho é o bairro boémio de Londres onde os bares se multiplicam, assim como as actividades nocturnas e obscuras. Fica localizado numa rua bem apertada e apenas acessível a pé a uns bons 500 metros de Piccadilly Circus. Há parques subterrâneos nas redondezas, mas nem quero imaginar os preços. O acesso ao restaurante é estranho, porque depois de aceder a um grande hall de entrada, descemos uma rampa que nos faz atravessar as cozinhas até à sala que se encontra ao nível de uma cave.

O Espaço (5/10)


Não consigo deixar de comparar o espaço com uma cantina com mesas grandes e feias, onde não existem toalhas, mas apenas folhas de papel colocadas por cima do tampo de madeira. Temos que nos sentar ao lado de estranhos e partilhar o mesmo banco corrido que em algumas mesas dava para 8 pessoas de cada lado. O ambiente à noite é bem diferente do almoço já que os frequentadores do bairro também se modificam consideravelmente conforme o movimento dos astros, ou seja, familiar ao almoço e vanguardista ao jantar. Estar numa cave também não ajuda a criar ambiente, mas há qualquer coisa que nos faz sentir confortáveis, mesmo sem privacidade. Esta cadeia de restaurantes gaba-se de produzir uma imagem do típico bar japonês de comida tradicional, mas quando lá estive não era essa a imagem que transpirava, talvez porque os clientes fossem do grupo boémio.

O Serviço (7/10)


O espaço é frio, mas o atendimento não sendo muito mais caloroso é bem eficiente por sinal. Está tudo tecnologicamente muito evoluído, tendo mesmo sido o primeiro restaurante onde observei a utilização de PDA's para fazer os pedidos. São rápidos a atender e a servir, não há grandes queixas a fazer nem grandes comentários abonatórios.

A Ementa (6/10)


O Wagamama é claramente um restaurante japonês diferente, onde as pessoas não vão comer sushi ou sashimi bonitinho como nos lugares habituais, aqui come-se o que está à venda nas bancas de rua de Tóquio, como o Ramen, o Teppanyaki, pratos de caril e de outras especiarias picantes. Naquela altura, tudo isto era novidade para mim, portanto olhar para aquela ementa era o mesmo que estar a ler qualquer coisa escrita com caracteres japoneses.

A Apresentação (6/10)


A apresentação não é muito elaborada, acaba por ser simples porque os ingredientes também têm um aspecto grosseiro.

A Refeição (6/10)


Cometemos um erro ao escolher os pratos ao acaso, pensando que podíamos dividir a comida entre todos, porque os pratos eram individuais e pouco práticos para fazer "rodar" pela mesa. Pior foi que alguns dos pratos eram inexplicavelmente picantes, como nunca tinha experimentado. Chamavam-lhe "Chili Dishes", o que deveria ter contado como aviso, mas cego pelas indicações dos clientes habituais deixei que me calhasse o mais picante do lote, que me fez transpirar durante mais de duas horas. Curiosamente, um casal de rapazes, que se sentaram ao nosso lado, pediram a mesma coisa e deglutiram tudo como se fosse um refresco! Se calhar, as minhas papilas gustativas estavam muito sensíveis. Os pratos de Teppanyaki (grelhados) e Ramen (noodles) eram bem mais comestíveis, embora nenhum me tenha causado grande sensação... talvez porque já tivesse degustado aquela explosão de sabores picantes.

O Preço (6/10)


A opinião generalizada é de que se trata de um restaurante bastante barato para a média britânica e para comida japonesa, mas naquela altura não achei assim tão acessível. Achei caro, porque não gostei muito da comida cujo sabor não parecia muito adaptado aos gostos europeus. Para além disso, quando pensamos em fast-food não estamos muito dispostos a gastar mais de 10€, mesmo considerando que nos servem à mesa.

Preço médio por pessoa: 17€

Informação Extra


Morada: Lexington Street, 10A - Londres 

Animais admitidos: Não

Estado: Activo
Data última visita: Abril 2006