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Restaurante O Albertino

Folgosinho - Gouveia - Guarda - Portugal

Fama controversa entre quantidade e qualidade.

(Mediano ..... 6,1/10)

Créditos: Foto de Boa Cama Boa Mesa - O Expresso


Acho extraordinário quando um restaurante consegue, só por si, dar nome e fama a uma aldeia. Se não fosse o Albertino, quase ninguém saberia onde é Folgosinho, especialmente porque para lá chegar temos que percorrer uma longa estrada que não tem continuação numa das zonas menos turísticas da Serra da Estrela. Algumas pessoas que conheço na região, falavam com elevação e orgulho deste restaurante como sendo uma espécie de luxo praticável apenas em dias especiais e inatingível caso não fosse programado com muita antecedência.

O Local (8/10)


Estamos no Parque Natural da Serra a Estrela, mas longe do rebuliço turístico numa encosta menos visitada e menos interessante. Um pouco a norte de Gouveia, encontramos o caminho para Folgosinho e vamos subindo até ao fim da estrada depois de passar por muitos terrenos inóspitos. Quando chegamos deparamos-nos com uma aldeia típica e bem preservada onde as viaturas se passeiam por ruelas empedradas até encontrar alguns dos largos onde se consegue estacionar. Vale a pena dar um passeio a pé e conhecer o micro-castelo no ponto mais alto. Há estacionamento mais fácil fora do centro histórico, mas ainda um pouco longe do restaurante.

O Espaço (5/10)


Existem vários espaços interiores e cheios de iluminação artificial, distribuídos por diferentes pisos, mas é tudo muito apertado e onde a decoração não tem muita relevância, existe até um excesso de simplicidade e facilitismo que me obrigou a ficar sentado ao lado de uma arca frigorífica sem qualquer tipo de visão periférica e exposto ao ruído do motor da mesma. É um local de romarias e não é estranho encontrar excursões a entrar pelo estabelecimento, tornando-o numa espécie de supermercado de almoços. No meio de tudo isto, só mesmo uns laivos de decoração serrana conseguem salvar a situação.

O Serviço (6/10)


Deixa uma sensação agridoce, porque o atendimento é muito competente e eficiente, mas com um toque algo industrial em que o cliente é visto como uma fonte de rendimento e não como um visitante a quem se deve agradar. Senti que os pratos eram trazidos de uma forma mecânica, como se estivesse numa qualquer cantina e senti falta da simpatia e cordialidade tão típica desta região. Seja como for, apostam forte na eficiência e nesse capítulo não tenho absolutamente nada a apontar. Nota negativa para o facto de ter que ir ao bar para consumir o café após a refeição.

A Ementa (7/10)


O sistema que implementaram pretende facilitar o trabalho da cozinha de modo a poderem servir o maior número de pessoas possível em duas sessões em que o restaurante está sempre lotado. Trata-se de um menu que inclui uma sequência de pratos que nos deixa a rebentar pelas costuras em pouco tempo. Tudo isto faz parte da eficiência que elogiei no critério anterior. Também pode escolher um prato apenas, mas o preço não compensa, já que paga tanto por um prato como pelo menu inteiro que inclui entradas e sobremesa. Se não estiver interessado em carne ou neste menu, pode também escolher alguns peixes, mas apenas por encomenda.

A Apresentação (5/10)


A apresentação dos pratos é algo tosca e grosseira, mas coerente com o método.

A Refeição (6/10)


Para mim, o melhor da refeição está nas entradas, porque são produtos regionais e cuja qualidade reconhecida não engana desde os queijos às morcelas e chouriças, incluindo o fantástico pão. Quando chegamos aos pratos principais, ficamos com a sensação de que cada um daquele pratos poderia ter tido uma confecção bem mais cuidada se não estivessem englobados no menu turístico. 

Entradas (enchidos e queijos) - do melhor que já provei.
Arroz de Cabidela de Coelho - saboroso, mas um pouco industrial,
Cabrito Assado - agradável, mas não tive muita sorte com os pedaços que me serviram.
Vitela de Folgosinho - (que só servem ao fim de semana) é de grande qualidade.
Leitão - é uma desilusão, embora seja uma região onde o Leitão não é tão tradicional assim, mas fica a sensação de que os bocados não têm uma temperatura homogénea e que já foram reaquecidos, ficando muito longe da qualidade da Bairrada e de Negrais.
Javali com Feijão - em condições normais, seria uma das minhas primeiras escolhas, mas também não posso dizer que tenha ficado acima da média. 
Leite Creme - gostoso e bem servido.
Requeijão com Doce de Abóbora - muito bom, não estivéssemos na região de excelência de ambos os produtos.


O Preço (6/10)


Se este critério se chamasse preço por quantidade teríamos aqui uma nota máxima, mas como é da qualidade que se trata acaba por sair um pouco prejudicado pelo facto de existir um preço fixo que não permite fazer o controlo dos custos (que para mim é fundamental). Por outro lado, a qualidade da refeição está longe de ser de topo, pese embora ninguém poder ter o descaramento de dizer que saiu de lá com fome. De facto, já é bom não haver surpresas desagradáveis na factura, mas ainda assim, se quiser apenas escolher um prato vai ter que pagar um valor nada adequado à qualidade.

Preço médio por pessoa: 20€

Informação Extra


Morada: Largo do Adro de Viriato, Nº8 - Folgosinho

Animais admitidos: Não

Estado: Activo
Data última visita: Junho 2009 

1 comentário:

  1. Ir à Serra da Estrela e nãoJantar no Albertino, é o mesmo que ir a Roma e não ver o Papa. Belos e saborosos petiscos, gente amável, e o licor à saida por conta da casa é inesquecível. Sempre que vou à Serra, não deixo de ir nem que seja uma só vez, ao Albertino. E já lhe apertei a mão...
    Carlos Ferreira

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