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Salsa & Coentros

Lisboa (Alvalade) - Portugal

A melhor caça num cubículo. 

(Excelente ..... 8,0/10)

Créditos - Foto de Website de Salsa & Coentros

Tive conhecimento deste restaurante através de uma revista com a lista dos melhores restaurantes do país, seleccionada por alguns dos melhores chefs em Portugal. Situado numa zona de Lisboa tranquila ao fim de semana, foi a escolha certa para um jantar sem confusão, mas já tinha tentado marcar 15 dias antes... sem sucesso. Trata-se de um espaço com cozinha galardoada e reconhecida pelos próprios chefs do mercado. Mistura as tradicionais cozinhas alentejana e transmontana com um toque de modernidade, conseguindo um resultado muito agradável.


O Local (6/10)


Estamos a falar de um local central de Lisboa, num bairro residencial, mas fácil de encontrar na zona de Alvalade, pois fica paralela à Av. Rio de Janeiro, mesmo junto à Av. do Brasil (com toda esta descrição só faltava ser comida brasileira, mas não é). Durante a semana poderá ser complicado estacionar, mas ao fim de semana é relativamente fácil arranjar um lugar num raio de 100 metros. Situado num edifício de habitação, acaba por ter 2 pisos com áreas parecidas, mas com efeitos bem diferentes. O de cima tem vista para a rua... o de baixo é uma cave sem vista de qualquer espécie.

O Espaço (5/10)


É, claramente, o principal ponto fraco do restaurante, porque se por um lado o andar de cima é simpático e desafogado, já o andar de baixo é apertado e claustrofóbico (uma cave) que tenta disfarçar a falta de conforto com um televisor de ecran panorâmico, algo desadequado ao tipo de restaurante e até ao tipo de clientela. Os quadros minimalistas repetidos nas paredes não ajudam a aquecer o ambiente que se torna poluído devido ás paredes lisas e brancas que reflectem todo o ruído das conversas e talheres. A configuração do espaço também não é favorável, porque os empregados sobem e descem as escadas estreitas ao mesmo tempo que os clientes, provocando alguma agitação. No verão, existe ainda a possibilidade de utilizar a pequena esplanada. A clientela é basicamente composta por clientes empresariais e pessoas de meia idade que procuram os prazeres dos pratos de caça, pouco apreciados pelos mais jovens.

O Serviço (7/10)


Um serviço simpático e eficiente, mas com alguns pequenos reparos a fazer. Um restaurante com esta craveira, podia proporcionar alguns serviços mais personalizados como ir servindo a garrafa de vinho aos clientes ou no mínimo controlar se está a acabar. A eficiência acaba por tornar-se um pouco impessoal, porque passaram 3 empregados diferentes pela mesa não havendo possibilidade de estabelecer alguma proximidade ou confiança. Foi tudo feito de forma solícita, excepto o pagamento que demorou um pouco mais, porque os empregados andavam ocupados com as arrumações devido ao adiantado da hora.

A Ementa (9/10)


É uma ementa riquíssima em pratos de produtos alentejanos, relegando a cozinha transmontana para um segundo plano, embora também existam pratos de fusão entre os dois, mas cuja apresentação moderna e cuidada acaba por redefinir a ideia de pratos tradicionais, adequando uma gastronomia habitualmente selectiva a um mercado mais alargado. A única razão para não levar nota máxima é o facto de a tão propalada caça ficar reduzida a meia-dúzia de pratos, talvez limitados pela sazonalidade. É uma ementa preenchida de alternativas de encher água na boca. Nas entradas, não falta o Paio do Lombo ou as mais elaboradas Favinhas de Coentrada e Míscaros do Fiolhoso. Os pratos de caça estavam apenas preenchidos com lebre e perdiz com diferentes preparações (nenhum deles me seduziu), mas também havia Pato Borracho, Rosbife com Pimenta Verde e as sempre suculentas variedades de porco preto alentejano, não esquecendo o bacalhau. As sobremesas também não fogem ao tema regional, com as Encharcadas, a Sericaia e o Toucinho do Céu. 

A Apresentação (10/10)


A apresentação dos pratos era requintada ao ponto de custar a estragar tal obra de arte.

A Refeição (9/10)


Começámos com uma oferta da casa e formos por aí fora...

Empadinhas de galinha - estavam excelentes, mas nada do outro mundo.
Paio do Lombo - de altíssima qualidade.
Lombo de Porco Preto com molho à Salsa & Coentros - combinação de sabores extraordinário.
Plumas de Porco Preto - bem servidas e confeccionadas.
Pudim de Laranja - achei que seria mais refrescante, mas não gostei da proporção minúscula do doce, embora o sabor fosse divinal.

O Preço (8/10)


Sendo um estabelecimento com cozinha galardoada reconhecida por outros chefs de topo e tendo em atenção a forte aposta em produtos regionais de elevada qualidade, seria de esperar que os preços fossem empurrados para cima, mas na realidade não considerei nada caro. Foi uma agradável surpresa. No entanto, relatos mais recentes apontam para uma subida generalizada dos preços como reflexo da grande afluência e divulgação do restaurante, mas só quando lá voltar é que poderei avaliar.

Preço médio por pessoa: 20€

Informação Extra


Morada: Rua Coronel Marques Leitão, Nº12 - Lisboa

Animais admitidos: Não (a considerar na pequena esplanada)

Estado: Activo
Data última visita: Outubro 2007

4 comentários:

  1. Legal, Pedro - além dos pratos e do atendimento, o ambiente também é importante na escolha de um bom restaurante. Abração e bom domingo.

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    Respostas
    1. Obrigado Ródrio. Realmente, uma refeição não é só ingerir alimentos... é muito mais que isso. Um abraço!

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  2. Muito bom seu artigo Pedro! Parabéns pelo blog!

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  3. Muito obrigado Jaime.

    Seja sempre bem-vindo a este canto gastronómico. :)

    Abraço.

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