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Restaurante Via Graça

Lisboa (Graça) - Portugal

Luxuosa paisagem, comida e preços... 

(Soberbo ..... 8,7/10)

Créditos: Foto de Google Maps


Embora não seja possível visitar este tipo de restaurantes muitas vezes, sabe bem poder experimentar pelo menos uma vez na vida. Num aniversário, decidimos fazer esta extravagância para levantar a moral. Não será frequente haver restaurantes a conseguir três notas máximas neste blog, mas também será penalizado pelo preço exorbitante. Melhor que a comida é a paisagem, essa sim única na cidade.

O Local (5/10)


Para quem conhece o bairro da Graça em Lisboa, perceberá que o acesso a esta zona é extraordinariamente difícil já que não existe metro e apenas uma pitoresca opção pelo eléctrico 28 ou pelo autocarro permite chegar aos pontos mais recônditos. No entanto, não acredito que alguém vá a um restaurante luxuoso de transporte público, excepto um turista acidental endinheirado e ainda assim suponho que prefira utilizar um táxi. Quem vai de carro  não só enfrenta sentidos proibidos complicados de contornar como uma rua de sentido único que desemboca num restaurante escondido numa ligeira reentrância. O estacionamento está muito limitado, mas se avançar mais uns 200 metros, pode ter sorte na íngreme Calçada do Monte onde os menos confiantes poderão ter dificuldades em estacionar. O pior é quando se chega à entrada e nos encontramos perante um prédio antigo e até um pouco degradado com uma entrada para o restaurante que nos deixa algumas dúvidas sobre o tipo de estabelecimento que lá está dentro.

O Espaço (10/10)


Ninguém imagina que um restaurante tão escondido e estranhamente localizado reserva uma paisagem tão espectacular. É impossível não referir a vista maravilhosa sobre as colinas lisboetas, onde o Castelo de São Jorge assume o papel principal, especialmente ao jantar quando as luzes do dia se começam a fundir com a iluminação dos bairros típicos de Lisboa e o principio da noite. Só isto já corta a respiração! A decoração é sóbria e confortável com algumas obras de arte espalhadas pelas paredes em tons de preto e castanho claro, que serve o propósito de transformar a paisagem na personagem principal, mas sem ficar demasiado escuro para os almoços com luz natural. O ambiente é muito sossegado algures entre o romântico e o almoço de negócios. Há outras salas para grupos e eventos, mas que não estavam abertas nesse dia.

O Serviço (8/10)


É um restaurante recomendado pelo Guia Michelin e o serviço é obrigatoriamente cuidado e elegante, onde não falta a permanente preocupação em encher o copo quando este se encontra vazio nem a alta qualidade do serviço de mesa. No entanto, senti um ligeiro decréscimo de qualidade quando a sala começou a ficar mais cheia, pelo menos no que respeitou à rapidez do atendimento. O empregado que nos atendeu tentou quebrar um pouco a formalidade, algo que em alguns instantes parecia não combinar totalmente com o ambiente, embora tenha valido o esforço, já que em outras mesas percebemos que o formalismo chegava a parecer frieza.

A Ementa (9/10)


É uma ementa bastante completa e complexa. Começando pelas entradas, ficamos logo a perceber o nível deste local só pelos nomes. Existem também versões de petisco, que o restaurante dá a entender que servem apenas para entreter a fome, mas cujos preços se revelam proibitivos para a quantidade apresentada. A lista de pratos principais é longa e dividida em várias categorias: Bacalhau, Grelha, Mar, Terra, Vegetariano e Arroz, sendo cada uma delas preenchida com várias opções. As sobremesas também são variadas e dispersas entre as mais simples e as mais gourmet. A lista de vinhos é infindável... garantiram-nos que tinham mais de 3000 escolhas.

A Apresentação (10/10)


Imaginem agora aquela ementa de luxo com extraordinária beleza na apresentação que lhe confere nota máxima.

A Refeição (10/10)


Foi uma das maiores extravagâncias gastronómicas que já fiz e também a maior conta que paguei para duas pessoas, mas ainda assim posso dizer que valeu a pena, embora tão cedo não sinta condições para repetir a façanha. 

Queijo de Cabra com Doce - revelou-se fantástico.
Ameijoas à Bulhão Pato - eram poucas, mas boas.
Posta de Bacalhau com Crosta de Broa e Azeite de Alecrim - era absolutamente divinal.
Empada de Caça com Grelos salteados em Azeite de Alecrim - igualmente divinal e de chorar por mais.
Crepe de Laranja (tipo Suzette) - já era desnecessário e não estava nada do outro mundo, mas não conseguimos evitar deglutir sem piedade.

O Preço (4/10)


A qualidade paga-se, a paisagem e o serviço também, mas custa muito largar três dígitos numa refeição para duas pessoas. Mesmo que quiséssemos ser poupados não conseguiríamos pagar muito menos, porque os pratos principais são muito caros e não dão para dividir já que chegam decorados individualmente. Julgo que se os preços estivessem uns 20% mais baratos poderiam cativar mais pessoas e estar a um nível mais competitivo com a concorrência até porque a localização remota e escondida não ajuda, mesmo que a paisagem compense.

Preço médio por pessoa: 45€

Informação Extra


Morada: Rua Damasceno Monteiro, 9B - Lisboa

Animais admitidos: Não

Estado: Activo
Data última visita: Julho 2005

2 comentários:

  1. Esse restaurante é de um preço muito alto...mas a paisagem e a comida superam tudo..
    Agora, acho difícil qualquer pessoa ir a um restaurante desse, por sua localização.
    A não ser que fosse acompanhada de uma pessoa que ja conhecesse o local. Mas, como turista, não iria. Turista gosta de tudo pertinho..ao alcance da mão...bonito e barato!!
    Abs
    Mari

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    Respostas
    1. Obrigado pelo seu comentário Mari Angela.

      Embora não esteja no roteiro turístico de Lisboa, o restaurante situa-se muito perto de uma das zonas mais típicas da cidade, mas para um turista deve ser mesmo complicado lá chegar.

      Seja sempre bem-vinda!

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